Dólar atinge máxima de 20 anos no exterior após Putin ameaçar ataque nuclear na Ucrânia

Petróleo e ouro também avançam com escalada das tensões envolvendo Rússia e Ucrânia, além da expectativa da decisão do Federal Reserve sobre os juros americanos

O comentário do presidente russo, Vladimir Putin, na madrugada desta quarta-feira sobre um possível ataque nuclear à Ucrânia movimentou os ativos nesta manhã. Em dia em que o Federal Reserve (Fed) deve decidir sua política monetária, o dólar no exterior registrou um salto, quebrando novamente o patamar mais alto em mais de 20 anos, enquanto o ouro, que seguia fraco nas últimas sessões, conseguiu recuperar parte das perdas.

O petróleo, que também vinha perdendo força nas últimas semanas, ganhou na madrugada um apoio para seu avanço, diante da preocupação com a oferta da commodity.

Em uma grande escalada nas tensões na guerra na Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu nesta quarta-feira um ataque nuclear em seu país vizinho caso o conflito se intensifique. Putin também ordenou que os reservistas do país se mobilizem.

Logo após os comentários do presidente russo na madrugada, o índice DXY, que mede o peso do dólar ante uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, saiu do patamar de 110,26 pontos para o pico de 110,87 pontos. A última vez que a referência ultrapassou a marca de 110,85 pontos foi em 17 de junho de 2002. Perto das 10h, a moeda seguia forte, ainda que um pouco mais distante da máxima intradiária, subindo 0,40%, a 110,659 pontos.

A busca por ativos seguros foi percebida não apenas no maior fluxo pela moeda americana, mas também pelo ouro. O metal amarelo, que foi muito beneficiado no início da guerra na Ucrânia em fevereiro, vinha sofrendo nas últimas sessões desde a divulgação de inflação americana, diante da força dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (que, por sua vez, se fortaleceram com a perspectiva da extensão do aperto monetário pelo Fed para controlar a elevação de preços).

Também na madrugada, após os comentários de Putin, o contrato para dezembro do metal saiu do território negativo e passou a avançar. Se antes da fala o valor do contrato futuro era negociado a US$ 1.670,20 a onça-troy, após a manifestação do líder russo o preço foi para US$ 1.681,60. Também perto das 10h, o ouro se mantinha em alta de 0,75%, acima do pico, a US$ 1.684,0 a onça-troy.

Já o petróleo, que também vinha sofrendo nas últimas sessões, hoje reverteu o sinal. A commodity vinha penalizada pela perspectiva de aperto monetário prolongado e menor crescimento econômico. Após os comentários na madrugada, porém, o contrato Brent para novembro, a referência global mais líquida, passou do valor de US$ 90,74 o barril para o pico de US$ 93,50. No horário já mencionado, o preço da commodity subia 1,66%, a US$ 92,16 o barril. Já o WTI também para novembro avançava 1,63%, a US$ 85,33 o barril.

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