À espera de um gatilho: qual é a projeção do mercado para o balanço da Vale (VALE3) no 4º trimestre?

Analistas elogiam o desempenho operacional da companhia, mas estão céticos quanto a uma melhora no mercado de mineração

Empresas citadas na reportagem:

A Vale (VALE3) divulga seus resultados financeiros do quarto trimestre de 2024 nesta quarta-feira (19). Na quinta (20) pela manhã, o presidente-executivo da mineradora, Gustavo Pimenta, comentará os resultados para investidores, além de atualizar perspectivas para a companhia.

Analistas sinalizam ver pouco o que Pimenta possa fazer para mudar um cenário que se mostra pouco inspirador para a Vale neste e nos próximos anos.

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    Com o quadro nebuloso para a economia chinesa, principal cliente da companhia, há pouca esperança de que a cotação do minério de ferro se recupere tão cedo do tombo de 40% que sofreu desde 2021.

    Nesse período, VALE3 teve uma desvalorização da mesma magnitude.

    Além disso, alguns já esperam sinais negativos no mercado de mineração da cruzada tarifária do governo Trump nos Estados Unidos sobre o segmento de aço.

    Por isso, embora ainda vejam a empresa como uma tese atrativa de investimentos, daqui até 2026, analistas não esperam nenhum gatilho para a ação.

    Recomendação para o ADR da ValeNúmero de recomendações
    Compra ou equivalente15
    Neutra10
    Venda ou equivalente0
    Fonte: WSJ Markets

    Assim, as perspectivas do mercado são de estabilidade ou queda nas principais linhas do resultado, como receita, Ebitda, lucro e, claro, dividendos.

    “Prevemos mais revisões negativas para a empresa em 2025, à medida que os investidores avaliam o mercado em um ambiente de preços de minério de ferro materialmente mais fraco”, afirmou o BTG Pactual em relatório recente.

    Leonardo Correia e Marcelo Arazi, autores da análise, têm recomendação neutra para a ação.

    Vale (VALE3) faz a lição de casa, mas mercado global não ajuda

    Analistas elogiaram o desempenho operacional da companhia no quarto trimestre de 2024, tanto em produção quanto em preços do minério em custos.

    Além disso, a Vale dedicou esforços para vender mais cobre, de margem maior, comentou Caio Ribeiro, analista do Bank of America.

    O BofA também tem recomendação neutra para Vale.

    Esse conjunto deve ajudar a compensar a queda de volumes de vendas e a produção devido às chuvas mais fortes no período.

    Com isso, a empresa pode ter lucro operacional (Ebitda) ao redor de US$ 4,34 bilhões de outubro a dezembro, o que significaria aumento sequencial marginal.

    Ainda assim, essa previsão do consenso do mercado não impedirá queda de 42% ano a ano.

    Vale (VALE3) tira pedras do caminho

    Segundo Marcio Farid e equipe de analistas do Goldman Sachs, enquanto aguarda melhora do ambiente de mercado, a Vale (VALE3) vem plantando avanços.

    Numa mão, a companhia tirou incertezas do caminho. Houve o acerto final para indenização pelo desastre da Samarco e o acordo para renovação de suas concessões ferroviárias. Além da venda da participação da Cosan na companhia.

    Isso, sem contar a própria troca de comando, com a chegada de Pimenta, que selou a paz com o governo federal crítico à administração anterior.

    Além disso, Farid observou que a Vale (VALE3) vem fazendo melhorias materiais na eficiência operacional.

    “(Mas) isso não estão sendo refletido adequadamente nos múltiplos de preço das ações”, completou o Goldman, que tem recomendação de compra para a ação.

    Um caminho seria a Vale começar a mostrar que vai ficar menos dependente do minério.

    Neste sentido, Pimenta frisou, ao anunciar um investimento de R$ 70 bilhões no Pará, na sexta-feira (14), que sua meta é a companhia aumentar a produção de cobre em 40% até 2030.

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