Segredo do ETF é manter portfólio equilibrado e diversificado, indica especialista da Itaú Asset

Para entender melhor a dinâmica por trás do investimento em ETFs. a Inteligência Financeira enviou três perguntas para Renato Eid. Ele é líder de estratégia Beta & investimento responsável na Itaú Asset. O especialista também escreve na IF sobre ESG e investimentos.
Assim, questionado sobre a característica principal que marca o investimento em ETF em 2025, Eid respondeu que o início do ano reforça que não há “um ativo ou estratégia vencedora todos os anos”. Então, de acordo com ele “tentar prever qual investimento será o melhor a cada momento é uma tarefa desafiadora”. Dessa maneira, a sugestão dele é simples. Mas eficiente. “Quem manteve um portfólio equilibrado e diversificado já começou a colher os frutos desse posicionamento em 2025”.
Confira a seguir a entrevista.
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Confira quais são os ETFs que mais renderam em 2025 e quais tiveram melhor performance no horizonte de 12 meses. O levantamento, feito a pedido da Inteligência Financeira, é da consultoria Elos Ayta. Descubra aqui o resultado. |
Renato, como você enxerga o mercado de ETFs nos últimos doze meses, ou até em períodos maiores como dois e cinco anos?
Nos últimos anos, o mercado de ETFs no Brasil tem passado por uma transformação
significativa, tornando-se uma alternativa cada vez mais acessível e diversificada para os
investidores.
Olhando para os 12 meses notamos um aumento do interesse por parte dos diversos
investidores e também lançamentos relevantes de novos produtos como o DIVD11 (ETF
que distribui dividendos) e o SPXR11 (ETF atrelado ao índice S&P500 que também se
beneficia do diferencial de juros entre o Brasil e os EUA).
Em termos de crescimento os ETFs de renda fixa como o b5p211 e o imab11 (compostos
por títulos do Tesouro Direto IPCA+) são os destaques tanto em recursos captados bem
como número de novos cotistas.
A alta dos juros impulsionou essa demanda por ETFs de renda fixa, especialmente os que investem em Tesouro IPCA+. Paralelamente, os ETFs de ações focados em dividendos como DIVO11 e DIVD11
ganharam espaço, atraindo investidores em busca de geração de renda.
Vale notar que cada vez mais os investidores estão diversificando seus investimentos com
exposição internacional através de ETFs como SPXI11, SPXR11, TECK e/ou BITI11. Esse
último tem tido cada vez mais aceitação nos portfolios por ser uma fonte de diversificação, além de ter boa perspectiva dado o foco que o novo governo americano tem dado a esse tema.
Assim, os ETFs seguem sua jornada de conquistarem espaço no mercado brasileiro como um veículo eficiente de diversificação e gestão de portfólio, permitindo acesso a múltiplas estratégias e mercados de forma simples e acessível.
O que você já percebeu de comportamento neste ano. Embora sequer o primeiro bimestre tenha acabado, acho que já existe coisa interessante para dizer?
O início de 2025 reforça uma lição essencial para os investidores: diversificação é a chave para capturar oportunidades sem ficar excessivamente exposto às oscilações do mercado. Não há um ativo ou estratégia vencedora todos os anos, e tentar prever qual investimento será o melhor a cada momento é uma tarefa desafiadora. Quem manteve um portfólio equilibrado e diversificado já começou a colher os frutos desse posicionamento em 2025.
Os ETFs de renda fixa continuam atraindo a atenção, beneficiados pelos juros elevados e
pela busca por segurança, com maior demanda por produtos que investem em papéis do
Tesouro IPCA+. Ao mesmo tempo, os ETFs de ações voltaram ao radar, com destaque
para BOVV11, FIND11 e DIVO11, refletindo o otimismo crescente no mercado local.
Como deve ser uma estratégia adequada quando se pensa em ETFs? E como relacioná-los
com outros investimentos que a pessoa tem, especialmente para as pessoas com renda mais elevada (públicos A/B)?
Uma estratégia adequada ao investir em ETFs deve priorizar a diversificação, custo-
benefício e disciplina no longo prazo, evitando tentativas de timing de mercado, que
historicamente resultam em perdas de oportunidades.
ETFs permitem exposição eficiente a diferentes classes de ativos, possibilitando a
construção de portfólios equilibrados com ações, renda fixa, commodities e mercados
internacionais. Dessa forma, o investidor captura oportunidades de crescimento sem a
necessidade de prever momentos exatos de entrada ou saída.
Outro ponto essencial é aproveitar a liquidez e o baixo custo operacional dos ETFs. Diferente de fundos tradicionais, ETFs são negociados em bolsa em tempo real, permitindo ajustes estratégicos sempre que necessário, sem custos elevados de administração ou performance.
Para investidores de renda A/B, os ETFs podem complementar posições em ativos individuais, trazendo diversificação eficiente e proteção contra volatilidade. ETFs servem como porta de entrada para uma estratégia bem estruturada, evitando custos altos e simplificando a alocação de ativos.
Além disso, a agilidade operacional dos ETFs permite rebalanceamentos rápidos, aproveitando oscilações do mercado sem custos excessivos. Em vez de buscar ganhos especulativos, o ideal é manter uma alocação consistente ao longo do tempo, utilizando aportes recorrentes para suavizar a volatilidade e capturar o crescimento de longo prazo.
Dessa forma, ao invés de tentar prever o futuro, o investidor utiliza a liquidez, o custo baixo e a diversificação dos ETFs a seu favor, garantindo um portfólio eficiente e preparado para diferentes cenários de mercado.
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