ESG na B3: carteira recomendada do BTG tem Itaú, Nubank, WEG e mais 7 ações

Empresas citadas na reportagem:
O BTG Pactual fez três alterações em sua carteira recomendada ESG para abril de 2025. Copel, Nubank e Mercado Livre entraram nos lugares de Eletrobras, B3 e TIM. O portfólio do banco para o mês ainda conta com 3tentos, Equatorial, Itaú, Orizon, Sabesp, Suzano e WEG.
“Mantemos a elevada exposição ao setor de serviços básicos. A Copel tem avançado de forma relevante em seu processo de reestruturação, oferece retornos atrativos e pode em breve ser vista como uma ação pagadora de dividendos”, diz o relatório do BTG.
“A Equatorial continua sendo uma excelente alternativa de carrego, uma das melhores empresas do setor, e uma forma eficaz de capturar nossa visão de que as taxas reais de longo prazo seguem assimétricas. A Orizon apresenta uma TIR real atrativa, com receitas estáveis e alto potencial de crescimento em um setor fragmentado”, prossegue o documento.
“A Sabesp é considerada uma tese de investimento essencial em nossa opinião, com TIR de 10,5% e forte potencial de valorização, suportado por avanços regulatórios, ganhos de eficiência operacional e oportunidades de expansão no estado de São Paulo”, completa o banco sobre as escolhas no setor de serviços básicos.
Nubank e Mercado Livre entre as novas recomendações ESG na B3
No setor financeiro, além de manter o Itaú na carteira recomendada ESG, o BTG adicionou o Nubank.
“O Nubank deve reportar crescimento em crédito pessoal e retomada no uso de cartões de crédito, além de apresentar potencial de valorização com o financiamento via Pix e empréstimos com desconto em folha de pagamento”, diz o relatório.
“O Itaú, por sua vez, deve superar os concorrentes, impulsionado pela transformação digital, ganhos de eficiência e a iniciativa One Itaú”, acrescenta o documento.
O Mercado Livre é outra adição no portfólio para abril. O BTG enxergamos a empresa como líder no setor, com melhora no take rate e rentabilidade saudável, impulsionadas pelos serviços adicionais oferecidos na plataforma de comércio eletrônico.
“Mantemos a 3tentos na carteira ESG devido ao seu elevado potencial de crescimento, forte momento de resultados e modelo de negócio integrado, com expectativa de queda no múltiplo P/L nos próximos anos e ROIC de 20% projetado”, explica o relatório.
“No setor de bens de capital, a fraca performance da WEG no 4T e os desafios de curto prazo representam uma oportunidade de compra, dado seu valuation atrativo e fortes perspectivas de crescimento no longo prazo”, continua o documento.
“Por fim, a Suzano permanece na carteira, sustentada pela aceleração na desalavancagem e um valuation atrativo”, completa.
No mesmo relatório, o BTG detalha a atuação ESG de cada uma das ações recomendadas. Confira a seguir.
3tentos (TTEN3)
“A 3tentos possui diversas certificações e compromissos voltados para sustentabilidade e responsabilidade social, como o Selo do Combustível Social, que assegura o uso de matérias-primas da agricultura familiar na produção de biodiesel e oferece assistência técnica a esses produtores.
Em 2022, a empresa tornou-se signatária da Moratória da Soja, comprometendo-se a garantir que a soja proveniente do bioma Amazônia esteja livre de desmatamento ocorrido após 2008.
Além disso, como membro da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), seus fornecedores seguem critérios rigorosos relacionados às condições de trabalho, desmatamento e respeito às Terras Indígenas, com avaliações socioambientais realizadas em estados como Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
A empresa também segue os critérios ambientais do Programa Renovabio, que certifica produtores que cultivam soja sem desmatamento desde 2018.”
Copel (CPLE6)
“Com foco na geração de energia renovável, em 2024 a Copel atingiu o marco de produzir 100% de sua energia a partir de fontes renováveis.
A companhia também vem trabalhando para descarbonizar sua frota de veículos e, na esfera social, investe em segurança e treinamento para seus colaboradores.
Em governança corporativa, a Copel foi privatizada em 2023, tornando-se uma sociedade anônima e adotando elevados padrões de governança.”
Equatorial (EQTL3)
“Os pilares de sustentabilidade da Equatorial incluem a descarbonização das operações, a melhoria da gestão dos recursos naturais, a recuperação do ecossistema, o cuidado com funcionários, comunidades, fornecedores e clientes, o incentivo à inovação e digitalização dos negócios, a garantia de integridade nos relacionamentos e conformidade nos negócios, além da melhoria na transparência e governança ESG.
Com mais de 27 milhões de clientes, a empresa criou um canal digital importante como a principal opção de atendimento em todo o Brasil, permitindo monitorar a experiência do consumidor.
No engajamento com a comunidade, o programa E+Comunidade já impactou 300 mil clientes, promovendo educação sobre o uso seguro e responsável da energia elétrica e incentivando hábitos eficientes e sustentáveis.”
Itaú (ITUB4)
“No aspecto ambiental, o Itaú assumiu o compromisso de reduzir em 50% suas emissões de carbono de escopo 3 até 2030 e alcançar a neutralidade de emissões até 2050.
Em 2021, lançou uma plataforma de compromissos climáticos para incentivar parceiros e fornecedores a neutralizarem suas emissões, além de uma plataforma de compensação de carbono voltada à transparência no mercado voluntário.
No aspecto social, entendemos que o ponto material está na relação com os clientes, que deve ser transparente e justa.
Nesse sentido, vemos o banco trabalhando para melhorar seu NPS e promover a educação financeira.
Até 2025, o Itaú pretende ter entre 40% e 45% de mulheres em cargos de liderança.”
Nubank (ROXO34)
“O Nubank possui uma estratégia detalhada em temas ambientais, sociais e de governança (ESG), com foco majoritário na dimensão social.
Inclusão financeira e experiência do cliente são os pilares dessa estratégia, sendo sustentados por inovação e esforços de atração e retenção de talentos, além da implementação de uma política ativa de diversidade e inclusão.”
Mercado Livre (MELI34)
“A estratégia ESG do Mercado Livre está focada na promoção da inclusão e da sustentabilidade de forma integrada às suas operações.
Na frente de inclusão, a empresa busca democratizar o acesso a serviços financeiros e ao comércio eletrônico, criando oportunidades para pessoas de diferentes origens socioeconômicas, especialmente em regiões mais remotas.
O incentivo ao empreendedorismo é um dos pilares centrais, por meio da oferta de ferramentas e recursos para que vendedores e pequenos negócios prosperem no ambiente digital.
Em relação à sustentabilidade, a companhia investe em embalagens com materiais sustentáveis e na redução de resíduos, com o objetivo de minimizar seu impacto ambiental.
A logística também tem papel fundamental, com a adoção de soluções eficientes e sustentáveis para melhorar a entrega de produtos e otimizar a cadeia de suprimentos.
Por fim, o Mercado Livre mantém um forte compromisso com a diversidade, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo e estimulando a representatividade de diferentes grupos em todas as áreas da organização.”
Orizon (ORVR3)
“Os negócios da Orizon são uma solução para alguns dos principais desafios de ESG, especialmente a gestão de resíduos.
A empresa também tem uma estratégia de melhorar suas práticas de ESG internamente, especialmente relacionadas à segurança, diversidade e treinamento/desenvolvimento de funcionários.”
Sabesp (SBSP3)
“Os benefícios ambientais do setor de água e esgoto são evidentes. Ao tratar o esgoto, a poluição é automaticamente combatida, as emissões de carbono são reduzidas e a biodiversidade da água é preservada.
O impacto social também é muito relevante, pois o acesso à água limpa e ao saneamento contribui para a redução da pobreza, a melhoria da saúde e, como muitos estudos mostram, o aumento da renda pessoal e a redução da desigualdade de gênero.
No âmbito da governança, para garantir o poder de governança corporativa ao investidor de referência, o governo do estado de São Paulo e a Equatorial assinaram um acordo de investimento.
Os principais termos incluem: um período de lock-up de ~5 anos para o governo e a Equatorial, terminando em dezembro de 2029.
O Conselho de Administração da Sabesp terá nove membros: três indicados pelo governo estadual, três indicados pela Equatorial (incluindo o presidente), e três independentes.
O governo se absterá de nomear o CEO, enquanto o Diretor de Engenharia e Inovação e o Diretor de O&M devem ter pelo menos 10 anos de experiência em serviços básicos.
E regras de não competição para o crescimento do saneamento no estado de São Paulo e em outras regiões do Brasil.”
Suzano (SUZB3)
“A estratégia ESG da Suzano está centrada na sustentabilidade, gestão responsável de recursos e na geração de um impacto social positivo.
Ambientalmente, a empresa está comprometida em preservar a biodiversidade e minimizar o impacto ambiental adotando práticas florestais sustentáveis e visando a neutralidade de carbono (considerando todos os três escopos) até 2050.
Em termos de responsabilidade social, a Suzano investe em desenvolvimento comunitário, programas de educação e saúde, além de priorizar a diversidade e inclusão em sua
força de trabalho.
O framework de governança da empresa enfatiza a transparência, conduta ética e accountability, com foco no engajamento de stakeholders e na criação de valor a longo prazo.”
WEG (WEGE3)
“A estratégia ESG da WEG foca na sustentabilidade, inovação e responsabilidade social para impulsionar a geração de valor a longo prazo.
A empresa está comprometida em reduzir seu impacto ambiental por meio de soluções energeticamente eficientes, promovendo o uso de energia renovável e diminuindo sua exposição de carbono em todas as suas operações.
A WEG enfatiza a responsabilidade social ao investir em iniciativas que apoiam a educação, diversidade e inclusão, bem como o desenvolvimento comunitário.
Sua abordagem de governança prioriza a transparência, práticas empresariais éticas e frameworks robustos de compliance, visando manter altos padrões de accountability e integridade.”
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