Tesouro Direto paga R$ 155,2 bilhões com vencimentos de NTN-Bs nesta quinta-feira

Títulos indexados à inflação que vencem agora tiveram forte valorização nos últimos anos

Nesta quinta-feira (15), o Tesouro Direto vai desembolsar aos investidores R$ 155,2 bilhões, um caminhão de dinheiro proveniente do vencimento de 33,5 milhões de títulos públicos de renda fixa atrelados ao IPCA, também chamados de NTN-Bs.

As NTN-Bs são os títulos negociados na plataforma do Tesouro Direto que pagam aos investidores juros predefinidos, acordados no momento da aplicação, mais a variação do IPCA, o índice de inflação oficial do Brasil.

Em outras palavras, esses papéis pagam um prêmio de risco mais a correção monetária, deduzido o Imposto de Renda. É o chamado “spread” no jargão do mercado.

Rentabilidade do Tesouro Direto IPCA+

Alguns desses títulos acumularam prêmios de até 9,28% acima da inflação por quase uma década. E quem teve paciência, disciplina ou, simplesmente, se esqueceu do dinheiro investido (o que, acredite, acontece), vai participar da divisão desses R$ 155,2 bilhões, segundo a Anbima .

O dinheiro é tanto que faz parecer a Neo Químia Arena um investimento corriqueiro. Com a bolada, dá para pagar 133 vezes o estádio de futebol do Corinthians, em Itaquera, que segundo a Caixa Econômica Federal custou “apenas” R$ 1,150 bilhão, incluindo os juros bancários.

Ninguém espera um calote no pagamento das NTN-Bs. Portanto, o dinheiro vai mesmo cair na conta do investidor.

NTN-B paga juros predefinidos

Segundo levantamento da ANBIMA, feito a pedido da Inteligência Financeira, os títulos com vencimento entre 2025 e 2060 apresentavam taxas de referência de até 9% ao ano no mercado secundário do dia 9 de maio.

Poucas NTN-Bs pagam ao investidor um prêmio desses hoje em dia.

Nos últimos anos, o negócio de crédito privado salvou a pele dos fundos de investimento. Houve um grande volume de emissões, a procura foi forte pelo investidor e, como se sabe, quando a demanda é maior que a oferta a corda balança para o lado das empresas.

Os prêmios foram minguando. Já estiveram piores que hoje, mas mesmo assim os títulos de menor risco (com rating de AAA) entregam bem pouco spread.

Onde reinvestir dinheiro do pagamento do Tesouro Direto hoje?

Em sua recente carta endereçada aos investidores, a Sparta, gestora de Victor Nehmi, destaca que o momento para os títulos atrelados à inflação continua ainda muito favorável.

Em especial, a asset aponta o IMA-B 5, índice compilado pela Anbima com as NTN-Bs com vencimento de até cinco anos.

“Nossa avaliação é que atualmente esse índice tem uma assimetria muito favorável”, destaca o relatório.

Segundo a gestora, além de oferecer proteção contra a inflação, um aspecto especialmente relevante no cenário atual, o IMA-B 5 pode antecipar ganhos com uma eventual melhora do mercado.

“Apenas para ilustrar: uma redução de 3,0 p.p. (um patamar ainda acima da média histórica), com uma duration (prazo de vencimento) de 2 anos, geraria um ganho adicional de 6%, além do carrego”, pontua a Sparta.

Neste ano até abril, o IMA-B 5 acumulava alta de +4,9%, frente a +4,1% do CDI.

Já o Itaú BBA, na estratégia de renda fixa para maio, coloca o Tesouro IPCA+ 2040 na lista de títulos recomendados.

“Nos trechos mais longos, continuamos otimistas com o carrego de títulos atrelados ao IPCA. Embora seja esperada continuidade do cenário de taxa Selic elevada nos próximos trimestres, em horizontes mais longos o retorno de títulos pós-fixados deve convergir para o nível de equilíbrio ao redor de 5,0% a.a. acima da inflação, abaixo portanto dos níveis oferecidos nos títulos indexados à inflação”, aponta o banco de investimentos no relatório.

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