Falta um mês para o pagamento bilionário do Tesouro Direto; veja opções para reinvestir o dinheiro

Especialistas dão dicas sobre como reinvestir o valor pago pelo Tesouro IPCA+ 2025, e assim, usar os juros compostos a seu favor

No dia 15 de maio, quem investiu parte do patrimônio no título Tesouro IPCA+ 2025 irá receber o montante aplicado mais o rendimento do ativo financeiro. O valor total a ser pago, segundo a Anbima, será de R$ 153,3 bilhões.

O que é o Tesouro IPCA+
Também conhecido como NTN-B, o Tesouro IPCA+ é um título público atrelado à inflação. Ele garante ao investidor rentabilidade real, composta por uma taxa de juros prefixada somada a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é a inflação oficial do País. “Na prática, isso significa que o investidor está protegido contra a perda do poder de compra ao longo do tempo, já que o rendimento sempre será maior que a inflação”, explica Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.  

Valor do Tesouro IPCA+2025 cai direto na conta

Vale saber que o pagamento desse NTN-B 2025 ocorre na data de vencimento oficial do título, ou seja, dia 15 de maio, e geralmente até o fim do dia útil, sem que o investidor precise fazer qualquer solicitação. A liquidação é feita pelo Tesouro Nacional, e os valores ficam disponíveis em conta em D+0 (no mesmo dia) ou D+1, dependendo da instituição financeira.

“Portanto, o valor do Tesouro IPCA+ 2025 será creditado automaticamente na conta da corretora vinculada ao CPF do investidor, e a corretora, por sua vez, repassará o montante para a conta bancária do investidor. Esse processo é automático, sem necessidade de solicitação por parte do investidor”, afirma Ângelo Belitardo gestor da Hike Capital.

O que não se pode esquecer é que o Tesouro IPCA+ 2025, assim como todos os títulos do Tesouro e outros investimentos, possui a cobrança de Imposto de Renda.

“Então, quem tem o ativo a menos 6 meses, vai ter que arcar com 22% de IR. Já o investidor que está com o Tesouro IPCA+ 2025 a mais de 6 meses até 1 ano, paga 20,5% de alíquota. Em seguida, quem manteve o ativo entre 1 e 2 anos, paga 17,5% de IR. Por fim, o investidor que segurou o título por mais de dois anos vai ter uma alíquota de 15%”, explica Bruno Cotrin, economista da casa de análise Top Gain.

Reinvestir o valor é boa opção

Especialistas indicam que o melhor é sempre reinvestir esse montante. Ou pelo menos parte dele. Assim, o investidor consegue colocar os juros compostos para trabalharem a seu favor, aumentando cada vez mais a renda passiva futura.

E uma dica é reaplicar o valor também em títulos do Tesouro Direto, por exemplo. É uma forma de manter o dinheiro em um ativo já conhecido, e que atualmente possui um ótimo rendimento, que está atrelado à taxa Selic (juros). “Os títulos do Tesouro Direto têm o menor risco de crédito do mercado, por terem a garantia do governo federal”, acrescenta Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.

Importante saber que o Tesouro Direto oferece a opção de agendar o reinvestimento automático dos valores recebidos. Mas para isso, o investidor deve acessar a sua conta na corretora ou banco, selecionar o título a vencer e programar o reinvestimento.

Como reinvestir o valor do Tesouro IPCA+ 2025

Portanto, o primeiro passo, de acordo com Lima, é alinhar o reinvestimento com os objetivos financeiros e horizonte de tempo do investidor. “Se o objetivo for a aposentadoria, por exemplo, o ideal seria buscar Tesouro IPCA+ de prazos mais longos, como 2035, 2040 ou 2055. Já para quem busca liquidez com rentabilidade, o Tesouro Selic pode ser uma boa alternativa”, comenta.

Além disso, uma opção atrativa nesse momento, com a taxa Selic ainda elevada, são os títulos prefixados. “Esses papéis oferecem uma taxa de juro fixa no momento da compra. Ou seja, o investidor sabe exatamente quanto vai receber no vencimento. O que é vantajoso quando o mercado projeta queda futura na taxa Selic. Então, reinvestir em Tesouro Prefixado agora pode significar travar uma rentabilidade alta por anos. O que tende a beneficiar quem mantiver o título até o vencimento”, argumenta Belitardo.

De olho na marcação a mercado

No entanto, vale lembrar que esses títulos apresentam risco de marcação a mercado. Ou seja, se forem vendidos antes do vencimento, o valor de venda pode ser inferior ao esperado caso as taxas de juros subam no meio do caminho. Por isso, o ideal é manter o título até a data final para garantir o retorno contratado.

Títulos do Tesouro mais recomendados

Os especialistas apontam a seguir alguns títulos do Tesouro que são boas opções para colocar o dinheiro.

Tesouro Prefixado 2026

Segundo Ângelo Belitardo, da Hike Capital, este título é uma boa opção para investidores que desejam garantir uma rentabilidade de 14,73% ao ano por um período curto. “Ao investir nesse papel, portanto, o investidor trava essa taxa e se protege da queda dos juros futuros. O que é esperado de acontecer estando precificada para 12,50% já em 2026”, diz o especialista.

Tesouro Selic 2027

Para Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, esse título é “excelente para quem deseja liquidez e estabilidade, com menor risco de volatilidade. É indicado tanto para reserva de emergência quanto para reinvestimentos de curto prazo.”

Tesouro Prefixado 2027 ou 2031

São boas opções se o investidor acredita em queda futura de juros e deseja travar uma taxa mais alta agora. Mas atenção ao risco de marcação a mercado, que pode ocorrer.

Tesouro IPCA+ 2035 ou 2045

Esses títulos são ideais para quem busca preservar poder de compra no longo prazo, aproveitando as taxas ainda elevadas de juro real. “É uma forma de garantir uma renda futura com segurança”, argumenta Lima.

Leia a seguir

Pular para a barra de ferramentas