Prefixado ou IPCA+? Como escolher o melhor título do Tesouro Direto hoje 

Mas se aprendi uma coisa nos meus dez anos estudando renda fixa é que o humor do mercado muda da noite pro dia

Tesouro Direto hoje: taxas mais altas podem representar oportunidade para investidor, mas também maior risco. Foto: Getty Images

Fazer a gestão da dívida pública brasileira não tem sido trabalho fácil para o Tesouro Nacional nos últimos meses. A percepção do mercado de que os juros podem subir ainda mais do que o previsto espantou boa parte dos investidores dos títulos, que se prejudicam com essa alta inesperada: os prefixados e os indexados à inflação.

De repente, todo mundo só queria comprar pós-fixados. 

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Para evitar vender apenas o que o mercado pedia, o Tesouro recorreu ao seu colchão de liquidez para cobrir dívidas que venciam, enquanto aguardava o sentimento dos investidores em relação aos demais títulos mudar. 

Mas se aprendi uma coisa nos meus dez anos estudando renda fixa é que o humor do mercado muda da noite pro dia. E por isso, é fundamental que você saiba escolher qual a melhor opção entre eles, afinal, as grandes oportunidades aparecem onde ninguém está olhando. 

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Como calcular a inflação implícita e decidir o melhor Tesouro Direto

Existe um jeito simples (e que quase ninguém conhece) para decidir entre os dois tipos. Vou te mostrar. 

Primeiro, vá até o site do Tesouro Direto e veja quanto está rendendo o título prefixado. Anote esse valor. Por exemplo, hoje o que vence em 2028 está pagando 14,45% ao ano

Agora some 1 a esse valor: 1 + 14,45% = 1,1445. 

Depois, você faz o mesmo processo com o título indexado à inflação (IPCA+), lembrando de escolher um título com o mesmo prazo de vencimento do prefixado. Se hoje o IPCA+ de mesmo vencimento rende 7,49% ao ano, some 1 também: 1 + 7,49% = 1,0749. 

O próximo passo é dividir o primeiro resultado pelo segundo: 1,1445 ÷ 1,0749 = 1,0647. Subtraindo 1, isso te dá 6,47%.

‘Tá, Bruno, e daí? O que significa esse número?’ 

Essa é a inflação implícita. Em bom português: é quanto o mercado acha que será o IPCA médio, por ano, até o vencimento do título. 

Agora vem o truque: Se você acredita que a inflação média anual será maior que 6,47% ao ano, o melhor negócio é investir no título indexado ao IPCA. 

Porém, se você acha que a inflação média anual vai ficar abaixo desse valor, o prefixado é definitivamente a escolha certa. 

E a melhor parte é que essa estratégia vale pra qualquer título de renda fixa, desde que eles tenham o mesmo prazo e emissor. 

Confira um ponto importante

Agora, um ponto importante: se você já comprou um título prefixado ou indexado à inflação e ele perdeu valor no mercado, faz sentido vender para trocar por outro?

Na prática, não.

Se o seu título se desvalorizou porque os juros subiram, isso quer dizer que o seu título atual está remunerando a mesma coisa que os novos títulos listados no mercado.

Ou seja, ao vender, você só concretiza o prejuízo, sem nenhum benefício adicional. Se desfazer do seu pra investir novamente em outro da mesma classe é “trocar seis por meia dúzia”. 

Já se sentiu nessa dúvida de não saber qual título escolher? Experimente fazer esta conta antes de investir e aproveite pra refletir sobre o que você espera para a inflação do país

Quem dominar essa continha fácil da inflação implícita sai na frente. Então fique ligado e continue acompanhando por aqui! Nos vemos na minha próxima coluna na Inteligência Financeira. 

Até! 

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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