Tesouro Direto vai pagar R$ 153 bilhões aos investidores agora em maio
Títulos públicos entregaram retorno entre 9,2% e 7,2% ao ano
Um tsunami de dinheiro vai cair de um dia para outro na conta dos investidores de renda fixa. Mais precisamente, isso vai acontecer no próximo dia 15 de maio.
Nessa data, o Tesouro Nacional será chamado a honrar 33,5 milhões de NTN-Bs, que são títulos públicos do Tesouro Direto que pagam aos investidores juros predefinidos, acordados no momento da aplicação, mais a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
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Em outras palavras, esses papéis pagam um prêmio de risco mais a correção monetária, deduzido o Imposto de Renda. É o chamado “spread” no jargão do mercado.
Alguns desses títulos acumularam prêmios de até 9,28% acima da inflação por quase uma década. E quem teve paciência, disciplina ou, simplesmente, se esqueceu do dinheiro investido (o que, acredite, acontece), vai participar da divisão de um bolo estimado em R$ 153,3 bilhões, segundo a Anbima.
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O dinheiro é tanto que faz parecer a Neoquímia Arena um investimento corriqueiro. Com a bolada, dá para se pagar 133 vezes o estádio de futebol do Corinthians, em Itaquera, que segundo a Caixa Econômica Federal custou “apenas” R$ 1,150 bilhão, incluindo os juros bancários.
Ninguém espera um calote no pagamento das NTN-Bs. Portanto, o dinheiro vai mesmo cair na conta do investidor.
Título público NTN-B paga juros predefinidos
Segundo o levantamento da Anbima, feito a pedido da Inteligência Financeira, que foi quem calculou o montante de R$ 153,3 bilhões, a partir de apuração no mercado secundário no último dia 4 de abril, esses títulos entregaram entre 9,2% e 7,2% ao ano.
Poucas NTN-Bs pagam ao investidor um prêmio desses hoje em dia.
Nos últimos anos, o negócio de crédito privado literalmente salvou a pele dos fundos de investimento. Houve um grande volume de emissões, a procura foi forte pelo investidor e, como se sabe, quando a demanda é maior que a oferta a corda balança para o lado das empresas.
Os prêmios foram minguando. Já estiveram piores que hoje, mas mesmo assim os títulos de menor risco (com ranting de AAA) entregam bem pouco spread.
Em seu último relatório, com as oportunidades de investimento para o mês de abril, Lucas Queiroz, estrategista do Itaú BBA para renda fixa, lista dois títulos do Tesouro Direto que podem ser aproveitados pelo investidor que pensa em ter esse dinheiro na mão só daqui a três anos.
O primeiro, com vencimento em 2028, é um prefixado com prêmio de 13,99% ao ano.
O segundo, já bem mais longo, tem prazo de vencimento em 2040 e paga, por ano, além do IPCA, juro de 7,27%, livre de risco (mas só para quem não for mexer no dinheiro antes de cinco anos).
Um conselho do planejador financeiro Jeff Patzlaff para quem for investidor em título IPCA+ é alterar na corretora a forma de visualização da rentabilidade do título.
Geralmente, eles mostram a marcação a mercado, um módulo automático que leva em conta os humores do mercado dia a dia.
“Tem de mudar para marcação na curva, daí ele não fica vendo a oscilação do título e fica nervoso. Se ele pensa no longo prazo, não precisa se preocupar com marcação ao mercado”, conta.