Mais concorrência? Mais risco? Entenda o que muda com as novas LCIs de financeiras

Com mais emissores no mercado, as LCIs de financeiras ampliam o cardápio de investimentos, mas exigem análise cuidadosa

A partir de 1º de julho, as financeiras, oficialmente chamadas de sociedades de crédito, financiamento e investimento, estarão autorizadas a emitir Letras de Crédito Imobiliário (LCI). A medida, aprovada pelo Banco Central, deve aquecer o mercado de crédito imobiliário no País e ampliar a concorrência entre emissores desse tipo de título privado isento de Imposto de Renda.

Para o investidor, o novo cenário significa mais variedade de LCIs nas plataformas, mas também a necessidade de atenção redobrada na hora de analisar o risco por trás da rentabilidade prometida.

O que muda com a LCIs de financeiras?

Com as novas LCIs de financeiras, a principal mudança é o aumento no número de emissores disponíveis no mercado. Com isso, o investidor passa a ter mais opções para aplicar seu dinheiro.

“Essa diversificação permite montar uma carteira melhor distribuída, respeitando o limite de R$ 250 mil por instituição coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos”, afirma Filipe Arend, head de renda fixa da Faz Capital.

Arend ressalta, porém, que a entrada das financeiras não deve impactar significativamente as taxas oferecidas pelos grandes bancos. “Bancos de primeira linha não precisam competir por taxa. Já instituições menores, como financeiras e bancos médios, tendem a oferecer taxas mais atrativas para captar recursos”, explica.

Concorrência pode beneficiar o investidor

Jhonatas Deodato, especialista em investimentos e planejador financeiro, vê a novidade como positiva. “Quanto mais concorrência, melhor para o investidor final. Isso amplia as opções, pressiona as taxas para cima e pode gerar boas oportunidades”, afirma.

Ele alerta, no entanto, que o investidor não deve cair no erro de buscar apenas o maior retorno sem avaliar o risco. “Se uma financeira está pagando muito acima da média, é porque precisa compensar o investidor pelo risco maior”, diz.

Como escolher uma LCI com segurança?

A busca por LCIs com maior rentabilidade deve vir acompanhada de uma boa análise do emissor. Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, afirma que é comum investidores olharem apenas para taxa e prazo, mas o ideal é ir além.

“É fundamental entender quem é o emissor, quais são os riscos e garantias. Em muitos casos, uma taxa mais alta pode significar mais risco. Mas também pode ser o caso de uma primeira emissão de uma empresa sólida, ainda desconhecida”, diz.

Já Jhonatas Deodato reforça a importância do interessado analisar alguns pontos antes de investir em uma LCI:

  • Avaliar a saúde financeira da instituição emissora;
  • Confirmar o prazo de vencimento e a ausência de liquidez diária;
  • Checar o histórico e a nota de crédito (rating), se disponível;
  • Evitar concentrar todo o investimento em um único emissor.

“O investidor precisa ser seletivo, diversificar e nunca olhar só para a rentabilidade prometida. Avaliar bem o risco é essencial para investir com segurança e evitar surpresas”, conclui Deodato.

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