Marfrig e BRF: fusão acende sinal amarelo para títulos de dívidas, como CRAs e bonds

Para Itaú BBA, alguns investidores deverão sair mais satisfeitos do que os outros com fusão entre Marfrig e BRF

O anúncio de que as duas gigantes de alimentos Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) encaminham fusão numa única companhia criará um negócio com receita líquida de R$ 152 bilhões. No segmento de crédito privado, a movimentação, quando finalizada, será melhor para credores de uma do que para os da outra.

Relatório publicado pelo Itaú BBA, assinado pelo chefe de pesquisa em renda fixa no banco, Lucas Queiroz, destaca que para além das sinergias operacionais, estimadas em pelo menos R$ 800 milhões ao ano, a fusão embaralha a vida do investidor.

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Quem detém Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) ou bonds da Marfrig se beneficia com uma forte redução da alavancagem da nova empresa, a MBRF.

Já o credor da BRF vai experimentar um aumento da alavancagem líquida, a relação entre a dívida da empresa e sua geração de caixa.

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Atualmente, a Marfrig tem uma alavancagem líquida de 10 vezes. Enquanto na BRF essa relação é de 2,6 vezes.

“Esperamos que as notícias sejam positivas para os títulos da MRFGBZ, visto que a fusão permitirá não apenas sinergias operacionais entre as duas empresas, mas também uma significativa desalavancagem da Marfrig”, escreve Lucas Queiroz.

“Quanto aos títulos da BRF, prevemos uma reação ligeiramente negativa, já que os investidores estão focados no aumento da alavancagem líquida”, destaca.

Sem travas para a fusão Marfrig e BRF

Segundo o Itaú BBA, a transação não acionaria nenhuma cláusula de mudança de controle para a dívida de ambas as empresas.

Sobre os bonds, as emissões da Marfrig e da BRF permitem fusões, desde que a entidade resultante assuma as obrigações e cláusulas restritivas de cada escritura.

Com relação aos CRAs, títulos emitidos localmente, tanto os da Marfrig quanto os da BRF já contêm uma cláusula de exclusão em suas cláusulas restritivas, permitindo fusões.

Agora, as empresas irão convocar assembleia de acionistas para deliberar sobre a fusão.

Próximos passos do negócio

A data prevista para a assembleia é 18 de junho, e a expectativa é que a transação seja fechada em 28 de julho.

Além da aprovação por parte de acionistas de ambas as empresas, a negociação também depende de liberação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).

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