Crédito privado: o que saber antes de investir em concessionárias de rodovias

Arteris e Ecorodovias estão com níveis elevados de alavancagem financeira, mas seus controladores estrangeiros oferecem suporte, pontua o Itaú BBA

Arteris e EcoRodovias vêm apresentando sólidos resultados operacionais, favorecidas pelo forte fluxo de veículos nas estradas que administram, inclusive no início de 2025, segundo levantamento do Itaú BBA.

A Inteligência Financeira fez um resumo de relatório do Itaú BBA com 50 empresas de 15 setores; confira.

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Contudo, investidores em papéis de dívida dessas companhias devem observar que ambas estão com níveis elevados de alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês).

Esse fator é especialmente sensível, considerando o ciclo de aumento das taxas de juros, que pressionam as despesas financeiras das companhias, que seguem com volume de investimentos relevante.

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Como amortecedor, elas contam com fortes controladores estrangeiros, possuem amplo acesso ao mercado de capitais e forte relação com seus credores, além de operações robustas e geradoras de caixa, fatores que mitigam os riscos de liquidez.

Arteris

A holding Arteris é responsável pelo controle de sete concessões rodoviárias, sendo duas no Estado de São Paulo e cinco do governo federal.

Controlada pela holding espanhola Partícipes en Brasil (82,3% de participação), a Arteris tem um apoio importante para captação de recursos, se precisar.

Isso pode ser importante, considerando que o juro alto aumentou dívida líquida em 10% no ano passado.
Isso vem sendo compensado em parte pelo aumento do tráfego nas estradas (e das receitas). A posição de caixa da companhia no fim de 2024 era suficiente para cobrir a dívida de curto prazo em duas vezes.

Segundo os analistas, ainda assim, a Arteris provavelmente terá que refinanciar dívidas em 2026, uma vez que quase metade de sua dívida está concentrada até 2028, o que compromete a liquidez da empresa.

A Arteris tinha alavancagem financeira de 3,95 vezes no fim de 2024, acima dos 3,9 um ano antes. Porém,
sua posição de caixa era suficiente para cobrir a dívida de curto prazo em duas vezes.

EcoRodovias

Umas das maiores do país, a EcoRodovias tem 11 concessões rodoviárias. Dessas, quatro respondem por 65% do resultado operacional (Ebitda) da empresa: Imigrantes (26,6%), EcoRioMinas (15,1%), EcoNoroeste (12,4%) e EcoSul (10%).

Segundo o BBA, a forte geração de caixa e a disciplina financeira sustentam a visão positiva sobre o perfil de crédito da empresa.

Isso, apesar de a EcoRodovias ter uma alavancagem financeira elevada. Sua dívida líquida é 3,4 vezes maior do que o seu resultado operacional (Ebitda) no fim de 2024. Além disso, sua liquidez é pressionada no curto prazo, uma vez que os elevados investimentos devem seguir apertando as métricas de crédito.

Mas a empresa tem amplo acesso ao mercado de capitais e bom relacionamento com bancos. O que são pontos positivos.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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