Pechinchas podem atrair investidor para mercado de startups, diz fundador da Eqseed
Em tempos de blockchain e títulos de empresas tokenizados, o mercado de equity crowdfunding para startups, com pouco mais de dez anos de vida, soa como coisa do passado.
Para o norte-americano Brian Begnoche, no entanto, esse é um mercado ainda a se construir no Brasil. Ele toca há 11 anos a Eqseed, plataforma de oferta online de títulos de empresas privadas. Segundo Begnoche, sem regras claras para a distribuição de títulos no formato de tokens, ele tem rodado entre escritórios de investimentos oferecendo seu portfólio com startups para investidores de varejo.
Os assessores do Íon, do Itaú, e da carioca Investsmart, que administra R$ 28 bilhões, já oferecem aos clientes a plataforma de investimentos da Eqseed,
Begnoche afirma que apesar da taxa de juros acima de 14%, o momento é bom para montar uma carteira de empresas com faturamento de zero até R$ 50 milhões.
“No ano passado inteiro, nós captamos R$ 13 milhões. Neste primeiro trimestre, já fora R$ 10 milhões. O mercado está melhorando para esse setor”, diz.
Pechinchas
O motivo para a maior procura, diz o fundador da Eqseed, pode ser o preço das empresas. Assim como na bolsa, em que especialistas não param de destacar o patamar baixo das ações, comparando-se ao potencial histórico de alguns negócios, aparentemente o mesmo acontece no mercado de venture capital.
Venture capital é o investimento em empresas em estágio inicial ou com grande potencial de crescimento.
“Está muito barato. Nós reduzimos muito os valuations. O múltiplos, mesmo de bons projetos, estão 80% menores que estavam em 2020, 2021″, destaca.
R$ 25mil a R$ 50 mil
A Eqseed opera desde 2014, é uma das primeiras empresas desse mercado, que tem ticket médio de emissões na casa de R$ 2 milhões.
Recentemente, a plataforma superou a casa de R$ 100 milhões em emissões – hoje, são R$ 110 milhões.
Ele conta que, nesse nicho, o investidor precisa pulverizar os aportes, em pelo menos cinco a dez empresas diferentes.
“Estamos falando de aportes a partir de R$ 5 mil em cada empresa. Com até R$ 50 mil o investidor faz uma aplicação diversificada”, afirma.
Mercado secundário
No momento, Begnoche conta que trabalha junto com a B3 para o desenvolvimento de um mercado secundário de títulos de pequenas empresas.
“Isso vai ser importante para trazer liquidez. Hoje temos um balcão em que tentamos ligar os investidores que querem vender e os que querem comprar ações e títulos de dívida”, conta.
No equity crowdfunding, o investidor entra na operação ou comprando uma ação, no caso de empresas já constituídas como Sociedades Anônimas (S.A.). Ou, no caso de uma startup menor, por meio de títulos de dívidas, conversíveis em participação societária.
“No ano passado, nós ficamos entre as cinco maiores provedoras de funding para o setor”, destaca Begnoche.
“A gente entra como uma alternativa para startups fora do eixo Rio-São Paulo, ou startups que não têm o perfil procurado pelos fundos de venture capital aqui no Brasil”, afirma.
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