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Nada de ‘Sete Magníficas’: as techs latinas estão no radar dos investidores
Empresas citadas na reportagem:
Empreendedores e investidores reunidos em Nova York para a Brazilian Week encontraram um ambiente bastante otimista para as empresas de tecnologia da América Latina. Se para a economia brasileira como um todo ainda há muitas incertezas, externas e internas, no segmento “tech” o momento é bastante positivo.
Durante o evento Latin America Private Tech Trailblazers Summit, promovido pelo Bank of America, Augusto Uermeneta, presidente do BofA Securities para América Latina, demonstrou esse otimismo.
Ele comentou que as “Sete Magníficas (Amazon, Apple, Meta, Tesla, Nvidia, Google e Microsoft) se tornaram este ano as “Sete Maléficas”, com um retorno negativo de 8% em 2025.
Enquanto isso, as techs latinas entregam um retorno de 36%. Ele lembra que essas sete globais foram atingidas pelas tarifas comerciais do governo Donald Trump e outros riscos geopolíticos, enquanto as techs latinas, muitas focadas nos próprios mercados, se saíram melhor.
“As coisas estão mudando, há uma rotação. As techs latinas ficaram muito baratas para ignorar.”
Techs latinas nas máximas
Uermeneta contou que pediu para uma ferramenta de inteligência artificial fazer uma imagem que simbolizasse o que aconteceu com as techs latinas nos últimos anos. Ela gerou um unicórnio – símbolo de uma startup avaliada em mais de US$ 1 bilhão – que depois vira uma fênix, ou seja, um ser mitológico que ressurge das cinzas.
O executivo apontou que o valor de mercado das techs latinas tinha atingido o pico de US$ 227 bilhões em setembro de 2021, quando havia uma forte euforia nas bolsas. Depois caiu e atingiu uma mínima de US$ 93 bilhões em junho de 2022.
Agora, com a recuperação mais forte este ano, voltou para a máxima histórica de US$ 231 bilhões.
“A ferramenta de IA nos gerou uma frase que diz: ‘de valuations fantasiosos para um valor com fundamentos: uma nova era de campões tech’, e é isso mesmo. Estamos entrando em um novo ciclo em que os valuations não são mais uma fantasia”, comentou.
Mercado Livre e Nubank na lista
Segundo ele, as techs latinas ainda têm mais espaço para subir, já que estão sendo negociadas atualmente a um múltiplo de 9,6 vezes o preço/lucro, quando a média histórica é de 14,6 vezes. O Nasdaq está em 25,5 vezes, acima da média, que é de 18,6 vezes.
“Há espaço para essa rotação [de tech dos EUA para as latinas] continuar. Há muito espaço para as techs latinas continuarem indo bem, subindo, diminuindo o ‘gap’ com o resto do mundo. Estamos animados.”
Ainda assim, ele apontou que o mercado latino precisa melhorar. Nos últimos 15 anos, o índice MSCI da região deu um retorno negativo de 48% em dólares, ante uma alta de 963% do Nasdaq. Enquanto o setor tech é 30% do mercado acionário total nos EUA, chega a apenas 10% na América Latina.
O executivo do BofA também disse que as empresas precisam ganhar escala e o mercado se diversificar. Hoje, Mercado Livre (MELI34) e Nubank (ROXO34) representam 82% das techs latinas. “Para atrair a atenção dos investidores estrangeiros, as techs latinas precisam crescer entre 30% e 40% por ano e ter lucro. Quem atrai os investidores está entregando isso.”
Além de Mercado Livre (55% do valor de mercado das techs latinas) e Nubank (27%), outros grandes nomes deste grupo são XP (4%), Globant (3%) e Stone (2%). Outras 25 companhias representam 9% do total do grupo.
Com informações do Valor Econômico
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