7 coisas que você precisa saber antes de investir em ETFs de criptomoedas

Fundos listados ligados a criptos podem ser opção simples para quem quer começar a investir nesse mercado

Depois de alcançar níveis acima dos US$ 100 mil no fim do ano passado e passar por turbulências nos primeiros meses de 2025, o bitcoin voltou a ser negociado nesta semana acima dos US$ 90 mil.

Com a crescente aceitação da moeda digital e de outras criptomoedas por empresas e instituições, além do endosso do presidente norte-americano Donald Trump, mais investidores começam a se questionar como participar desse mercado.

Embora as criptomoedas possam oferecer oportunidades de lucro, a complexidade e a falta de regulamentação têm deixado muitos em dúvida sobre como investir de forma segura e eficaz.

Nesse contexto, os ETFs de criptomoedas (fundos listados, ou Exchange Traded Funds) podem ser uma alternativa atraente e simples para quem quer começar a investir.

“O interesse por criptoativos cresceu muito nos últimos anos, mas para muitos investidores ainda resta a dúvida: qual a forma mais segura, simples e eficiente de investir nesse novo mercado?”, diz Samir Kerbage, CIO da Hashdex.

“Os ETFs (fundos de índice negociados em bolsa) oferecem uma maneira prática, regulada e acessível de investir em cripto — e têm se consolidado como a principal porta de entrada para quem quer participar desse universo com segurança e tranquilidade”, complementa

O que são ETFs e ETFs de criptomoedas?

ETFs são fundos de investimento cujas cotas são negociadas em bolsas de valores, da mesma forma como as ações. Eles permitem que os investidores acessem uma cesta diversificada de ativos com um único produto. Além disso, são conhecidos também como fundos de índice – porque replicam a carteira de algum índice de mercado.

No caso dos ETFs de criptomoedas, esses fundos replicam o desempenho de índices ligados a criptoativos como bitcoin, ethereum e outros, proporcionando uma forma de exposição ao mercado de criptomoedas com a conveniência de um produto financeiro tradicional.

Uma das vantagens é que esse investimento é feito no ambiente regulado da B3, sem a complexidade que muitas vezes envolve o investimento direto em criptomoedas nas exchanges.

Dicas para investir em ETFs de criptomoedas

Antes de se aventurar em investimentos em ETFs de criptomoedas, é importante estar ciente de alguns pontos-chave.

  1. O imposto de renda não é declarado automaticamente

ETFs de cripto são tributados de forma similar às ações. Isso significa que o investidor precisa calcular o ganho de capital e fazer a declaração e o pagamento do IR por conta própria, sempre que houver lucro na venda das cotas. É crucial ter atenção, pois, ao contrário das ações, não há isenção para vendas abaixo de R$ 20 mil mensais.

  1. A negociação é feita em ambiente de bolsa

“A negociação no ambiente B3 traz todas as garantias de um ambiente regulado e fiscalizado. Isso inclui proteção operacional, transparência nas transações e cumprimento das normas da CVM, o que reduz riscos para o investidor”, ressalta Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset Management.

“Diferente das exchanges e carteiras digitais, investir por meio de ETFs elimina diversas barreiras técnicas e riscos operacionais. Você compra e vende como se fossem ações, direto no seu home broker. Não precisa guardar palavras-chave em locais secretos, nem se preocupar com carteiras digitais complexas”, complementa Kerbage, da Hashdex.

  1. Os ETFs de criptoativos seguem a regulação do mercado brasileiro

Como ativos negociados em bolsa, os ETFs de criptomoedas são regulados pelos órgãos competentes do Brasil e seguem a regulação de outros ativos financeiros. “Isso garante uma camada extra de proteção ao investidor — inclusive em temas sensíveis como sucessão patrimonial, algo que investimentos diretos em cripto ainda não conseguem oferecer com clareza”, diz Kerbage.

  1. O ETF acompanha de perto o preço do criptoativo de referência

“O desempenho do ETF está atrelado à variação de um índice que segue o ativo digital que ele busca replicar, como bitcoin ou Ethereum”, diz o gestor da QR Asset Management. “Isso permite uma exposição direta à performance do criptoativo, mas com a praticidade de um produto listado em bolsa”, completa.

  1. Há uma taxa única que cobre a estrutura de custódia profissional

“Os ETFs cobram uma taxa de administração que cobre todos os custos operacionais, incluindo a custódia institucional dos ativos digitais. Essa estrutura profissional garante que os criptoativos estejam protegidos por instituições especializadas, sem que o investidor precise lidar com carteiras digitais por conta própria”, destaca Fleury.

  1. O preço das criptomoedas é volátil

Ainda que o investimento via ETFs tenha suas vantagens, o preço dos criptoativos é volátil – e portanto, o valor dos ETFs é volátil. É importante ter isso em mente na hora de investir e adequar a sua exposição a seu perfil de risco.

  1. É possível escolher um ETF de uma criptomoeda específica ou de uma cesta de cripto

Na B3, existem tanto os ETFs focados em replicar o desempenho de uma única criptomoeda específica – como bitcoin, ether ou solana – quanto aqueles que replicam uma cesta de ativos.

“Na prática, funciona como um ‘BOVA11 das criptos’: você investe em uma cesta diversificada dos ativos mais relevantes do setor, sem precisar tentar adivinhar qual cripto vai se valorizar mais, explica Samir Kerbage, da Hashdex.

Confira a lista de ETFs de criptoativos disponíveis na B3

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