Ackman aposta alto na Hertz: por que o bilionário vê futuro na empresa?

- Bill Ackman investiu 19,8% na Hertz, apostando na alta dos preços de carros usados.
- A empresa de aluguel de carros busca reduzir custos e melhorar margens de lucro.
- Ackman vislumbra uma parceria entre Hertz e Uber para frota autônoma.
- As ações da Hertz dispararam após o anúncio do investimento de Ackman.
- A Hertz busca execução e entrega de resultados tangíveis para acionistas.
A Hertz Global Holdings está “excepcionalmente bem posicionada no atual ambiente tarifário” e preparada para oferecer um retorno atrativo para o investimento, disse o gestor de fundos de “hedge” e bilionário Bill Ackman.
Diretor-presidente da Pershing Square Capital Management, Ackman compartilhou em uma postagem nas redes sociais que sua empresa montou uma participação de 19,8% na Hertz desde que começou a acumular ações no final do ano passado.
As ações da Hertz dispararam na quarta-feira (16) depois que a Pershing Square revelou uma participação de 12,7 milhões de ações, deixando investidores curiosos sobre o que o fundo vê nesse negócio em dificuldades.
A empresa de aluguel de carros registrou um prejuízo de quase US$ 2,9 bilhões em 2024. A Hertz atribuiu os resultados decepcionantes à depreciação dos veículos e à queda no preço dos carros elétricos, que começou a comprar em 2021 numa tentativa de se diferenciar da concorrência.
Qual é a tese de Ackman?
Então, o que sustenta a grande aposta da Pershing Square na Hertz? Para começar, Ackman acredita que a empresa deve se beneficiar das tarifas sobre automóveis que provavelmente farão os preços dos carros usados subirem no curto prazo.
Montadoras como Audi e Volkswagen já prometeram interromper importações para evitar o pagamento das tarifas de 25%. À medida que os carros usados se tornarem mais procurados, a demanda resultante pode fazer com que os preços aumentem.
A Hertz possui uma frota de mais de 500 mil veículos avaliados em aproximadamente US$ 12 bilhões, observou Ackman. Um aumento de 10% nos preços dos carros usados equivaleria a um ganho de US$ 1,2 bilhão nos ativos automotivos da empresa.
Outros aspectos do apelo da empresa são mais fundamentais e devem beneficiá-la ao longo do tempo. Ackman destacou um “plano de reestruturação operacional” sob a supervisão do diretor-presidente da Hertz, Gil West, que assumiu o comando no ano passado.
Os esforços da gestão para renovar a frota da Hertz, reduzir custos operacionais e aumentar a receita por unidade “melhorarão significativamente as margens de lucro nos próximos anos”, afirmou Ackman.
Ackman provoca: e uma associação entre Uber e Hertz?
O investidor bilionário enxerga outras oportunidades de natureza mais aspiracional. “Agora, um exercício mental divertido: e se a Uber se associasse à Hertz para uma implantação de frota autônoma ao longo do tempo?”, escreveu Ackman.
Em sua visão, a frota em operação da Hertz, com 500 mil veículos, e o “alcance e escala significativos de suas milhares de localidades” fazem dela uma parceira ideal para a empresa de transporte por aplicativo.
Qual é a posição da Hertz?
A empresa se recusou a comentar publicamente, mas West incentivou sua equipe a permanecer “focada, disciplinada e comprometida”, de acordo com uma cópia de um memorando interno visto pela revista “Barron’s”.
“À medida que traçamos nosso caminho adiante, devemos nos orgulhar do progresso que fizemos, mas também reconhecer que ainda há muito trabalho pela frente”, escreveu West. “É fácil se distrair com toda essa atenção”.
O ano passado foi “fundacional”, continuou o presidente. “Este ano é sobre execução e entrega de resultados tangíveis para nossos clientes e acionistas”.
As ações da Hertz fecharam com alta de 44% na quinta-feira (17), mesmo com os mercados apresentando desempenho díspar. O papel acumulou uma valorização de quase 126% nos últimos dois dias.
*Com informações do Valor Econômico
Leia a seguir