ETFs de renda fixa valem a pena? Conheça as vantagens e os riscos desse investimento
Nos últimos anos, os ETFs de renda fixa vêm ganhando espaço nas carteiras de investidores brasileiros que buscam eficiência tributária e liquidez. Embora os ETFs de ações estejam mais consolidados, os de renda fixa ainda geram dúvidas: vale mesmo a pena investir? Com essa leitura, você aprenderá sobre o funcionamento, vantagens, riscos e acompanhará a comparação com outros títulos de renda fixa.
O que são ETFs de renda fixa?
ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos que replicam um índice e são negociados em bolsa. Os de renda fixa investem em títulos públicos, debêntures, entre outros. Isso permite ao investidor acesso a uma carteira diversificada por meio de uma única cota, com liquidez diária e baixo custo de administração.
Diferentemente dos demais ativos da bolsa de valores, ETFs de renda fixa podem ter um prazo de liquidação menor, levando D+1 para a compra ou para a venda ser efetivada, diferente do prazo de D+2 das ações e fundos imobiliários.
Principal vantagem está na simplicidade
O investidor consegue, em poucos cliques, aplicar em uma carteira bem diversificada, com diferentes emissores, prazos e indexadores.
Além disso, os ETFs reinvestem automaticamente os cupons e juros recebidos e, por serem fundos passivos, possuem taxas de administração geralmente menores que os fundos tradicionais.
Também vale ressaltar que, no momento da venda das cotas, o imposto sobre o ganho de capital é automaticamente retido pela corretora, o que simplifica a vida do investidor e evita a necessidade de gerar DARF mensalmente, como acontece com ações.
Quais as vantagens?
Um dos aspectos mais relevantes, e que pode ser vantajoso em alguns casos, está na tributação.
Ao contrário dos fundos de renda fixa, cuja alíquota de IR depende do tempo em que o investidor permanece no fundo, nos ETFs ela varia conforme o Prazo Médio de Repactuação da Carteira (PMRC).
Se o prazo for de até 180 dias, a alíquota de IR é de 25%. De 181 a 720 dias, 20%. Acima de 720 dias, 15%.
Ou seja, mesmo que o investidor venda o ETF em poucos meses, se a carteira for composta majoritariamente por ativos longos, ele será tributado à alíquota mínima.
Essa estrutura pode ser altamente vantajosa em estratégias de longo prazo, pois elimina o come-cotas dos fundos e permite que o capital trabalhe integralmente até o momento da venda. Em relação a outros títulos de renda fixa como Tesouro Direto e debêntures, os ETFs também podem carregar essa vantagem tributária dentre outras.
Quais os riscos e desvantagens?
Os riscos dos ETFs de renda fixa não podem ser ignorados. Como as cotas acompanham o valor de mercado dos ativos, elas oscilam diariamente. Em momentos de alta nos juros futuros, os ETFs de duration longa podem sofrer perdas relevantes, mesmo que a qualidade dos ativos não tenha se alterado.
O contrário também é verdadeiro.
Em momentos de corte nas taxas de juros, alguns ETFs podem se beneficiar pela marcação a mercado. Diferentemente de comprar um título com vencimento definido, em que o investidor sabe exatamente quanto vai receber, os ETFs exigem maior tolerância a oscilações.
Além disso, fundos que investem em crédito privado, assim como debêntures e títulos públicos, não contam com a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Portanto, o risco fica por conta dos emissores dos títulos que compõem o fundo.
Ainda assim, eles são bastante vantajosos para quem busca praticidade, diversificação e uma forma eficiente de se expor à renda fixa, especialmente nas questões tributárias.
ETFs podem ser uma ferramenta útil para compor a reserva de oportunidade, diversificar indexadores ou reduzir custos operacionais.
Eles são, portanto, uma solução moderna, prática e eficiente para o investidor que entende sua dinâmica e sabe utilizá-los de maneira estratégica. Comparados aos fundos tradicionais, são muitas vezes superiores em custo e tributação. Frente ao Tesouro Direto ou CDBs, perdem em previsibilidade, mas ganham em liquidez e flexibilidade.
Leia a seguir