IA permitirá carteiras personalizadas de criptos, diz Roberto Dagnoni, do Mercado Bitcoin

À Inteligência Financeira, Roberto Dagnoni também revelou que a casa está pedindo licença para atuar como corretora de câmbio e faz planos para aquisições

Roberto Dagnoni, presidente do conselho do Mercado Bitcoin. Foto: Inteligência Financeira
Roberto Dagnoni, presidente do conselho do Mercado Bitcoin. Foto: Inteligência Financeira

O uso da inteligência artificial (IA) no mundo dos ativos virtuais permitirá que, em breve, cada investidor tenham uma carteira personalizada de criptoativos. Esse foi o tema da vez nos encontros de executivos do setor em Nova York nos últimos dias, segundo o presidente do conselho do Mercado Bitcoin, Roberto Dagnoni.

“Hoje a gente fica aglomerando os cliente por grupos, em clusters“, disse o executivo à Inteligência Financeira durante o Latam CEO Conference, em Nova York. Com o avanço da inteligência artificial, vamos conseguir entender melhor qual o perfil de cada cliente e oferecer produtos mais personalizados para a realidade dele”, acrescentou.

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Segundo Dagnoni, essa solução, que deve chegar ao mercado nos próximos meses, ajudará a esclarecer uma curiosidade frequente do investidor: quanto aplicar em criptomoedas e em quais delas?

A resposta dependerá do cruzamento de informações sobre renda, objetivos de curto e longo prazos, apetite por risco, etc, como já fazem os assessores de investimentos em relação a aplicações em ativos mais tradicionais.

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Com o uso da IA, no entanto, o processo pode alcançar uma precisão bem maior, diz Dagnoni. Além disso, ponderou o executivo, os clientes terão acesso a um universo mais amplo de opções, incluindo tokens de renda fixa, de ações, stablecoins (criptomoedas que acompanham o valor de outros ativos), investimento em crédito privado, entre outros.

Tudo isso tendo mais clareza de quanto deveria alocar em cada aplicação, dependendo do seu perfil.

“Hoje já temos cestas inteligentes, (montadas) com base no perfil de portfólio bem adequado ao que a pessoa precisa”, diz o executivo do Mercado Bitcoin.

Mercado Bitcoin perto de licença para ser corretora de câmbio

Segundo Dagnoni, esse movimento deve ganhar tração à medida que mais instituições financeiras buscam ter produtos de investimentos mais competitivos no mundo de ativos digitais, que vêm se popularizando rapidamente no Brasil e no mundo.

Nos últimos meses, Mercado Livre e BTG Pactual, dentre outros, lançaram suas stablecoins atreladas ao dólar. O Itaú indicou recentemente que também pretende lançar a sua, mas vinculada ao real. Um projeto que regulamenta as stablecoins está em fase final de votação no Congresso Nacional, que deve abrir caminho para a entrada de mais bancos no setor.

Com o avanço da regulação no setor, as chamadas corretoras independentes de cripto estão dividindo espaço com cada vez mais instituições tradicionais, incluindo bancos e marketplaces.

Neste mês, a CVM também autorizou a negociação de contratos de futuros de ethereum (ETR) e de solana (SOL) na B3 e sinalizou que vai abrir consulta pública sobre flexibilização de regras para a emissão de tokens, versão digital de ativos tradicionais.

Para conseguir competir melhor num mercado que atrai rivais cada vez maiores, o Mercado Bitcoin está buscando licenças adicionais. Além da que já possui, de instituição de pagamentos, a companhia pediu também a licença de corretora (CTVM).

“Debaixo dela podemos ter licença para operar câmbio”, afirma Dagnoni.

Consolidação à vista em criptos e Mercado Bitcoin é comprador

Segundo Dagnoni, outro desdobramento da maior concorrência no setor é a tendência de consolidação, que está forte e deve continuar assim por algum tempo.

“Achamos que vai ter muito mais consolidação no Brasil e no exterior nos próximos dois anos”, afirmou ele.

Suas declarações acontecem dias após a corretora norte-americana de criptoativos Coinbase ter anunciado a compra da rival Deribit por US$ 2,9 bilhões e prometido mais aquisições. Semanas antes, outra gigante do setor, Cripto Kraken, informou ter aceitado comprar a plataforma de futuros dos EUA NinjaTrader por US$ 1,5 bilhão.

O próprio Mercado Bitcoin, uma das maiores corretoras de cripto do país, foi em anos anteriores envolvido em especulações de que seria alvo de rivais globais. Dagnoni disse que a companhia está atenta no mercado, mas como caçadora.

“Já compramos uma gestora de recursos, uma corretora em Portugal e um negócio de B2B para atender agentes autônomos”, diz Dagnoni.

“Estamos na ponta compradora”, acrescentou.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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