Bradesco aposta em corte da Selic ainda em 2025 com desaceleração da economia
O Copom deve fazer um novo aumento da Selic na reunião de maio, mas começar a cortar a taxa básica de juros no encontro marcado para dezembro. Essa é a expectativa do Bradesco em relatório divulgado nesta quinta-feira (17).
Conforme o banco, o comitê de política monetária seguirá o plano de subir os juros em mais 0,50 ponto percentual. Encerrando assim o ciclo de aperto em 14,75% ao ano.
No entanto, a desaceleração da economia no segundo semestre permitirá a flexibilização. A Selic deve fechar 2025 em 14,25% e baixar a 11,75% em 2026.
“Nosso cenário doméstico é baseado na hipótese de que a desaceleração das economias americana e chinesa terá efeitos na atividade global. Com isso, O PIB brasileiro deverá crescer 1,8% em 2025, já considerando os dados mais fortes do primeiro trimestre.
A previsão anterior era de alta de 1,9%. Para 2026, a expectativa de expansão da atividade também foi reduzida, de 1,5% para 1,3%.

Projeções do Bradesco para inflação e dólar
Mesmo com o esfriamento da economia no radar, o Bradesco não mexeu no cenário para o IPCA em 2025. O índice estimado pelo banco no encerramento do ano permaneceu em 5,6%.
Na visão da instituição, o desvio do comércio de bens industriais chineses para o resto do mundo, antes exportados para os Estados Unidos, deve ter impacto baixista nos preços.
Ao mesmo tempo, a queda das commodities energéticas deve trazer um alívio aos preços de combustíveis.
“Por outro lado, com a maior demanda chinesa por soja, milho e carnes, é provável um aumento dos prêmios dos preços domésticos em relação às cotações internacionais. Assim, não alteramos o cenário de IPCA para este ano.”
“Já para 2026, o efeito desinflacionário de bens industriais se combina com a desaceleração da atividade decorrente do aperto monetário e do menor PIB global, levando o indicador para 3,7%.”
Finalmente, no panorama para a cotação do dólar, o Bradesco avalia que uma desaceleração do crescimento na China tenderia a causar uma depreciação do real. O banco anota, porém, que a pauta exportadora brasileira ao país asiático ficou um pouco menos sensível ao ciclo econômico.
“Nossa visão de dólar mais fraco no âmbito global nos permite reduzir nossa projeção de câmbio para o final de 2025 e de 2026 para R$/US$ 5,80.”
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