Ata do Copom diz que próxima decisão da Selic demanda ‘flexibilidade’

Mercado financeiro discute se ciclo de alta dos juros acabou ou se comitê pode fazer um novo aperto

Na decisão que elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, o Copom sinalizou que os próximos passos da política monetária demandam cautela, mas também flexibilidade. Esse é o destaque da ata da reunião do começo de maio, divulgada nesta terça-feira (13) pelo Banco Central (BC).

“Em linha com a indicação na reunião anterior, o Comitê optou pela elevação de 0,50 ponto percentual, mantendo a forma de análise e resposta que vem conduzindo ao longo do tempo e delineada em sua comunicação. Observou que as expectativas seguiam desancoradas, as projeções de inflação elevadas, a atividade econômica seguia resiliente e o mercado de trabalho pressionado.”

“Com relação à próxima reunião, o Comitê avaliou que o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.”

Ata do Copom: para onde vai a Selic em junho?

Com a Selic hoje no maior patamar em quase 20 anos, o mercado financeiro discute se o atual ciclo de alta acabou ou se o Copom pode fazer um novo aperto dos juros. A ata traz detalhes dos fatores que o colegiado vai avaliar até o próximo encontro, marcado para junho, para tomar a decisão.

“Prospectivamente, o Comitê seguirá acompanhando o ritmo da atividade econômica, fundamental na determinação da inflação, em particular da inflação de serviços; o repasse do câmbio para a inflação, após um processo de maior volatilidade da taxa de câmbio; e as expectativas de inflação, que se mantêm desancoradas e são determinantes para o comportamento da inflação futura.”

“Enfatizou-se que os vetores inflacionários seguem adversos, como resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, expectativas de inflação desancoradas e projeções de inflação elevadas. Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.”

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