Quanto ganha Larry Fink, o executivo-chefe da BlackRock

Remuneração do executivo aumentou 21% em 2021

A remuneração do executivo-chefe da BlackRock, Larry Fink, aumentou 21%, para US$ 36 milhões, em 2021, após a firma de gestão de ativos ter registrado lucro recorde graças à enxurrada de dinheiro que fluiu para seus fundos.

O pagamento recorde relativo a 2021 do fundador da BlackRock, de 69 anos, inclui dinheiro e ações concedidas como incentivos ao desempenho, além de seu salário-base, de US$ 1,5 milhão.

A firma, maior gestora de recursos do mundo, registrou entradas de US$ 540 bilhões em 2021, em termos líquidos, o que a levou a superar, em dezembro, os US$ 10 trilhões em ativos sob administração pela primeira vez.

O fluxo recorde de dinheiro entrando em 2021 foi resultado, em parte, da popularidade dos fundos de administração ativa da BlackRock, que se vale de funcionários para gerir os fundos e tentar superar os referenciais do mercado, em vez de tentar replicar mecanicamente o desempenho dos índices.

A BlackRock também foi pioneira em produtos de investimento com preocupações éticas, proporcionando aos investidores uma maneira de investir com base no lema de Fink, de que as empresas, além de aspirar ao lucro, também deveriam levar a cabo amplas contribuições sociais.

A carta anual de Fink aos executivos-chefes das empresas nas quais investe se tornou evento de destaque no calendário empresarial. “O capitalismo ‘das partes envolvidas’ não se trata de [ideologia] política”, escreveu neste ano”. “Não se trata de ser ‘woke’. Trata-se de um capitalismo guiado por relações mutuamente vantajosas”, disse [usando termo inglês que se refere ao “despertar” da consciência social e racial].

Esse tipo de posicionamento público diferenciou a BlackRock de muitos outros grandes gestores de investimentos. Em 2021, por exemplo, a firma apoiou a campanha de um investidor ativista para que fosse promovida uma agenda ambiental na ExxonMobil, a maior petrolífera dos Estados Unidos.

Por sua vez, analistas dizem que o desempenho financeiro da BlackRock e de outros gestores de ativo foi beneficiado tanto pelo pano de fundo favorável do mercado quanto por iniciativas específicas das firmas. Todos se beneficiaram da onda de valorização do mercado financeiro impulsionada pelos programas governamentais de estímulo criados para atenuar o impacto econômico da pandemia da covid-19.

Essa tendência de alta, agora, pode estar perdendo força, uma vez que as autoridades monetárias se reorientaram para priorizar o controle da inflação, algo que, alertam alguns economistas, só pode ser alcançado por meio de elevações de juros que vão impactar a força da economia e enfraquecer o desempenho de muitos ativos financeiros.

Depois de dois anos consecutivos de crescimento porcentual de dois dígitos, as ações da BlackRock desvalorizaram-se quase 25% em 2022, sinal de que os investidores do mercado de ações começaram a tomar nota desse risco.

Apenas três meses depois de a firma ter atingido o marco histórico de US$ 10 trilhões, os ativos sob gestão da BlackRock voltaram a ficar abaixo desse patamar.

Leia a seguir

Pular para a barra de ferramentas