Trump mira semicondutores chineses com novas tarifas

Na esteira da recente escalada tarifária imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos chineses, o presidente Donald Trump planeja lançar em breve uma nova investigação comercial com base na segurança nacional, desta vez mirando diretamente o setor de semicondutores. É o que publicou a agência de notícias Reuters neste sábado (12).
A iniciativa, segundo a reportagem, será conduzida sob a “Seção 232”, um instrumento legal que permite impor tarifas a produtos estrangeiros por motivos de segurança.
Em comunicado, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump deixou claro que os EUA não podem mais depender da China para a fabricação de tecnologias críticas como semicondutores, chips, smartphones e laptops.
Leavitt destacou ainda que, sob orientação de Trump, gigantes da tecnologia como Apple, Nvidia e Taiwan Semiconductor estariam acelerando seus planos para transferir suas linhas de produção para território americano.
A nova investigação sobre semicondutores pode abrir caminho para mais tarifas e adicionar ainda mais tensão às negociações comerciais entre EUA e China, em um setor estratégico para o futuro da economia global.
Nesta semana, as tarifas recíprocas norte-americanas subiram para produtos importados da China. Contudo, segundo um funcionário da Casa Branca, essas novas tarifas se aplicam apenas a produtos específicos, enquanto uma tarifa geral de 20% sobre todas as importações chinesas continua em vigor.
Na sexta-feira (11), o governo americano concedeu exclusões tarifárias para smartphones, computadores e outros eletrônicos importados majoritariamente da China, poupando-os das altas tarifas recíprocas de 125% impostas durante a semana.
Em um comunicado, a agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) publicou uma lista de códigos tarifários que serão excluídos dessas tarifas. As exclusões são retroativas a partir de 5 de abril.
A CBP listou 20 categorias de produtos, incluindo o código 8471, que abrange os computadores, laptops, discos rígidos e equipamentos de processamento automático de dados.
Este item também incluiu dispositivos semicondutores, equipamentos, chips de memória e telas de painel plano. Isso está levantando questionamento sobre que outros itens que foram incluídos na liberação do tarifaço mas poderão ser alvo de revisão e de imposição de tarifas específicas, como o de semicondutores.
A divulgação de sexta não foi acompanhada de explicação sobre a decisão de exclusão de última hora. Mas a notícia certamente trouxe alívio para grandes empresas de tecnologia dos EUA, incluindo Apple, Dell Technologies e inúmeras outras importadoras.
*Com informações do Valor Econômico
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