Lula acusa Trump de tratar latinos como inimigos e rejeita ‘guerra fria’ com a China

Lula também afirmou que a disputa tarifária estabelecida por Trump não é conveniente para os Estados Unidos e nem para nenhum país do mundo
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  • Lula critica as políticas protecionistas dos EUA e rejeita uma ‘guerra fria’ com a China.
  • O presidente brasileiro defende relações comerciais com ambos os países, priorizando os interesses dos empresários.
  • Lula acusa Trump de tratar latinos como inimigos, apesar da contribuição latina para a riqueza americana.
  • Lula e Boric selaram tratados de cooperação em diversas áreas durante encontro no Palácio do Planalto.
  • Lula busca o retorno à ‘normalidade’ nas relações internacionais, criticando ódio e preconceito.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cutucar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump ao mencionar as “políticas protecionistas” dos Estados Unidos.

Lula defendeu que não interessa, para a América do Sul, uma “guerra fria” entre americanos e chineses. As declarações foram feitas ao lado do presidente chileno, Gabriel Boric, que se reuniu com Lula hoje.

“Os Estados Unidos resolveram estabelecer uma discussão favorável a uma política protecionista, contrário a tudo que foi falado para nós desde os anos 1980, [contrário] à globalização, ao livre comércio. Ou seja, todo mundo só falava em livre comércio e globalização e, de repente, nada disso vale a pena e o que vale a pena é protecionismo”, afirmou Lula.

“Eu não quero guerra fria. Eu não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China. Eu quero ter relações com os Estados Unidos, quero ter relação com a China. Eu não quero ter preferência sobre um ou sobre outro. Quem tem que ter preferência são os meus empresários, que querem negociar. Mas eu não, eu quero vender e comprar, fazer parceria”, complementou.

Lula acusou Trump de tratar latinos como ‘inimigos’

No mesmo discurso, Lula acusou Trump de tratar os latinos como “inimigos”, mesmo depois de o povo da América Central e do Sul ajudarem a “construir a riqueza americana”.

“É importante que a gente discuta com muita seriedade essa questão da democracia e da integração [na América Latina]. Precisamos aproveitar isso [integração] para fazer nossos países crescerem. Por que não temos nenhuma Holanda na América do Sul? Continuamos todo mundo pobre querendo ir para os EUA para melhorar de vida. Depois de ajudar a construir riqueza americana, chega um presidente do EUA que trata latino-americano como inimigo”, emendou.

Boric está no Brasil nesta semana por conta de uma série de agendas bilaterais no país. Os dois aproveitaram o encontro, no Palácio do Planalto, para selar tratados e acordos de cooperação em diversas áreas da gestão pública e empresarial.

Presidente defende retorno a ‘uma certa normalidade’

Pouco depois das declarações no Planalto, ao chegar ao Itamaraty, Lula também afirmou que a disputa tarifária estabelecida por Trump não é conveniente para os Estados Unidos e nem para nenhum país do mundo.

“O que nós queremos é estabelecer uma política de cordialidade comercial, para que a gente possa respeitar os direitos humanos”, disse.

“O mundo precisa voltar a uma certa normalidade. O mundo não pode ser induzido à raiva, ao ódio, ao preconceito, à perseguição. Isso não tem lógica. Espero que, com a morte do papa Francisco, isso possa representar algum sinal de que os seres humanos precisam voltar para melhor”, completou.

No fim da tarde, Lula e Boric também participarão de evento no Fórum Empresarial Brasil-Chile, que reunirá integrantes de diversos setores da economia na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

São esperados 250 participantes, entre empresários, representantes de entidades setoriais e autoridades dos dois países. O Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na América do Sul. Bens industriais representam boa parte da pauta comercial.

*Com informações do Valor Econômico

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