Para o JPMorgan, ações da Netflix devem continuar a resistir às incertezas econômicas

As ações da Netflix tiveram um desempenho superior ao do mercado em geral neste ano, e um analista do JPMorgan acredita que isso deve se manter, apesar das incertezas econômicas.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), Jerome Powell, afirmou na semana passada que há sinais de que os consumidores estão moderando seus gastos enquanto avaliam os impactos das novas políticas da Casa Branca, como tarifas, sobre a economia.

Isso ocorre após um relatório decepcionante de vendas no varejo e uma queda na confiança do consumidor em março.

Apesar dessas preocupações, o analista Doug Anmuth, do JPMorgan, mantém uma visão otimista sobre a Netflix.

Qual é a tese do JPMorgan?

Ele classifica a gigante do “streaming” como compra e estabeleceu um preço-alvo de US$ 1.150 para a ação, o que representa um aumento de 20% em relação ao fechamento mais recente de US$ 960,29.

Anmuth destacou o forte engajamento da Netflix, seu alto valor de entretenimento e a acessibilidade proporcionada pelo plano com anúncios de preço reduzido.

“Acreditamos que a Netflix deve se mostrar relativamente defensiva contra os desafios macroeconômicos”, escreveu ele nesta segunda-feira (24).

A Netflix informou em janeiro que registrou um recorde de 18,9 milhões de novos assinantes pagos no quarto trimestre, impulsionado pela decisão da empresa de reprimir o compartilhamento de senhas e introduzir planos mais baratos com anúncios.

Os diferentes níveis de preço podem atrair consumidores que estão sentindo pressão financeira, mas ainda querem acesso a conteúdos como “Adolescência” e “Bridgerton”.

Além disso, a Netflix começou a transmitir eventos ao vivo, incluindo jogos de Natal da NFL (principal liga de futebol americano), oferecendo mais incentivos para que novos usuários assinem a plataforma.

A confiança na capacidade da Netflix de resistir a uma crise econômica tem ajudado suas ações a subirem 8,7% neste ano e 54% nos últimos 12 meses. Em comparação, o S&P 500 caiu 2,2% este ano e subiu 10% nos últimos 12 meses.

O que pensam outros analistas?

Outros analistas, no entanto, são mais cautelosos. Entre os 54 consultados pela FactSet, 38 recomendam compra, 14 têm indicação neutra e 2 sugerem venda da ação.

O analista Alan Gould, da Loop Capital, classifica a ação como neutra e estabelece um preço-alvo de US$ 1 mil.

Em nota divulgada na segunda-feira, ele afirmou que “a Netflix deve ser mais resiliente economicamente do que a maioria das empresas, embora alguns usuários possam migrar para o plano mais barato com anúncios, especialmente após o aumento de preços”.

A Netflix anunciou em janeiro um reajuste nas suas assinaturas.

Há pouco, as ações da Netflix subiam 0,89% na Nasdaq, cotadas a US$ 968,86.

*Com informações do Valor Econômico