Oferta de ações da Eletrobras será lançada em meados de março, diz BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prevê que o lançamento da oferta de ações da Eletrobras será realizado em meados de março e que a precificação dos papéis da empresa de energia, dentro do processo de capitalização, será feita em abril.
O cronograma foi apresentado pelo BNDES na audiência pública sobre o processo de capitalização.
“Esperamos em meados de março lançar a transação e, em abril, precificar e finalizar esse processo de capitalização”, afirmou o chefe da área de Estruturação de Empresas e Desinvestimento do banco, Leonardo Mandelblatt.
Ainda segundo ele, a previsão é que em fevereiro seja realizada a assembleia de acionistas da Eletrobras, para que os minoritários tenham a oportunidade de se manifestar sobre as “condições finais” da capitalização. A expectativa é que, em março, o Tribunal de Contas da União (TCU) emita um acórdão aprovando as condições da operação.
“Lembrando que antes disso tem um outro acórdão do TCU, para janeiro, sobre a descotização [das usinas da Eletrobras]”, completou Mandelblatt.
A privatização da Eletrobras acontecerá por meio da oferta primária de ações da empresa. Na operação, a União deixará de ter 72,33% do capital votante e será diluída no capital total da companhia. A expectativa é que a fatia da União caia para 45% e que ela deixe de ser a acionista majoritária na companhia de energia.
O modelo da capitalização prevê que nenhum acionista poderá votar com mais de 10% do capital da Eletrobras, com o objetivo de pulverizar o capital da companhia e consolidá-la como uma Corporation.
O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, afirmou, na audiência, que a participação de investidores pessoa física da companhia saltou de 12 mil em 2016 para 114 mil acionistas em 2021. “Essa democratização, que é grande, vai certamente ampliar de forma significativa após processo de capitalização”, disse.
Ele destacou que a capitalização contribuirá também para ampliar a capacidade de investimentos da Eletrobras.
O secretário especial de desestatização, desinvestimento e mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, afirmou, por sua vez, que a privatização da Eletrobras que não tem caráter meramente arrecadatório.
Ele citou que dos R$ 67 bilhões, que representam o total da descotização das usinas da empresa, R$ 25 bilhões irão diretamente para o Tesouro, como outorga pela descotização (transformação dos contratos das usinas da companhia de “cotista” para “produtor independente de energia”).
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