TSMC investirá US$ 100 bi em fábrica de chips nos EUA e desafia a China

A TSMC planeja fabricar 30% de seus chips mais avançados nos EUA, acelerando a construção de fábricas no Arizona e descartando parcerias com outras empresas. A empresa prevê um aumento de receita de 20% em 2025 impulsionada pela demanda por chips de IA.
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  • A TSMC investirá US$ 100 bilhões em uma fábrica de chips no Arizona, EUA.
  • A empresa fabricará 30% dos semicondutores mais avançados do mundo nos EUA.
  • A produção da segunda fábrica pode ser antecipada em alguns trimestres.
  • A demanda por chips de IA permanece forte, impulsionando o crescimento da TSMC.
  • A TSMC descartou joint ventures ou compartilhamento de tecnologia com outras empresas.
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A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) planeja fabricar 30% dos semicondutores mais avançados do mundo no Arizona, apoiando os Estados Unidos na formação de um polo de chips “independente”.

A empresa taiwanesa afirmou, no entanto, que não está em negociações para formar joint ventures ou compartilhar tecnologia com outros fabricantes de chips.

O executivo-chefe (CEO) da TSMC, C.C. Wei, afirmou na quinta-feira que sua empresa “não está envolvida em nenhuma discussão com outras sobre qualquer joint venture, licenciamento de tecnologia ou transferência e compartilhamento de tecnologia”, abordando as preocupações do mercado sobre uma suposta parceria com a Intel para impulsionar a produção da fabricante de chips americana.

Wei afirmou que a TSMC aceleraria a construção de sua segunda e terceira fábricas de chips no Arizona, confirmando reportagem do ‘Nikkei Asia” de que está acelerando sua entrada nos Estados Unidos.

CEO falou em ‘antecipação de cronograma’

O CEO acrescentou que o cronograma de produção da segunda fábrica poderia ser antecipado em “pelo menos alguns trimestres” em relação à meta original de 2028.

A construção da terceira fábrica está prevista para começar ainda este ano, embora o cronograma geral permaneça incerto devido à escassez de mão de obra e à necessidade de obtenção de licenças.

A TSMC fabricará cerca de 30% de seus chips de 2 nanômetros — os mais avançados atualmente no mercado — nos Estados Unidos e pretende alocar mais engenheiros para ajudar a unidade do Arizona a “operar de forma independente” como um cluster de semicondutores nos Estados Unidos, em linha com as demandas dos clientes, acrescentou o presidente.

Enquanto isso, Wei afirmou que “não houve mudanças” no comportamento dos clientes devido às recentes incertezas sobre as tarifas “recíprocas” do governo Trump, mas alertou para potenciais incertezas e riscos futuros.

Ele disse que a fabricante de chips monitorará e avaliará a demanda do mercado de perto e agirá com prudência.

Demanda aquecida em razão de projetos de IA

A demanda por chips de computação de inteligência artificial, segundo ele, continua muito robusta.

“Há três meses, mal conseguíamos fornecer wafers [placas] suficientes para nossos clientes. Agora, a situação está um pouco equilibrada, mas a demanda ainda é muito forte. Além da China, a demanda por chips de inteligência artificial ainda é muito intensa, especialmente nos Estados Unidos, então estamos confiantes de que dobraremos nossa receita com inteligência artificial este ano.”

A AMD, cliente da TSMC, confirmou que será um cliente-chave da fábrica do Arizona, e a Nvidia afirmou que seu atual chip Blackwell entrou em produção lá.

A TSMC manteve seu orçamento de investimentos para 2025 inalterado entre US$ 38 bilhões e US$ 42 bilhões e manteve sua previsão de aumento de receita na faixa de 20% em dólares este ano, acima das projeções para o crescimento médio do setor.

No trimestre de janeiro a março, o lucro líquido da empresa cresceu 60,3% no ano, para 361,56 bilhões de novos dólares taiwaneses (US$ 10,9 bilhões), enquanto a receita aumentou 41,6%, para NT$ 839,25 bilhões.

Por mercado, a China representou apenas 7% de sua receita no trimestre, abaixo do pico de 20% em 2019. O número para 2024 foi de 11%.

Para o trimestre atual, a TSMC prevê que sua receita ficará entre NT$ 28,4 bilhões e NT$ 29,2 bilhões, um aumento de 38% em relação ao ano anterior, no ponto médio e acima da previsão de consenso do mercado.

Mercado de chips se prepara para efeitos da guerra comercial

Os resultados da fabricante de chips surgem enquanto a indústria de tecnologia se prepara para as consequências do aprofundamento da dissociação entre Estados Unidos e China.

Dois dos maiores clientes da TSMC, Nvidia e AMD, registraram quedas de receita de aproximadamente US$ 5,5 bilhões e US$ 800 milhões, respectivamente, depois que Washington endureceu as regras para o envio de chips de inteligência artificial para a China.

A ASML, uma importante fornecedora de equipamentos para a TSMC, alertou que as tarifas de Trump podem desestabilizar ainda mais a indústria de chips.

A TSMC costumava dizer que todos os desenvolvedores de chips do mundo são seus clientes, mas Wei disse recentemente a repórteres que esse não é mais o caso e que alguns desenvolvedores de chips chineses “não são meus clientes”.

A TSMC tem sido extremamente cuidadosa em cumprir os controles de exportação dos Estados Unidos, provocando interrupções maiores do que o esperado para a indústria de chips da China, informou o “Nikkei Asia” anteriormente.

A empresa também prometeu um investimento adicional de US$ 100 bilhões no Arizona, seu maior compromisso no exterior, após ameaças de tarifas elevadas do governo Trump.

Qual é a visão dos analistas?

Analistas, por sua vez, alertam que a demanda por computação em inteligência artificial, o principal motor de crescimento da indústria de tecnologia nos últimos dois anos, pode fraquejar com controles de exportação mais rígidos, pressão competitiva da DeepSeek da China e uma potencial desaceleração na demanda por eletrônicos de consumo devido a tarifas mais altas.

“O impacto da desaceleração da demanda de consumo nos Estados Unidos e na China provavelmente ainda é um risco no segundo semestre de 2025 e 2026”, disse Gokul Hariharan, diretor-gerente do JPMorgan Chase, em nota de pesquisa.

“Estamos adotando uma visão mais cautelosa sobre a demanda, especialmente em segmentos não relacionados à inteligência artificial, que devem ter um impacto mais rápido.”

*Com informações do Valor Econômico

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