Tesla Takedown: protestos abalam ações e põe pressão sobre o futuro dos negócios de Musk
Até sexta-feira, as ações da Tesla caíram cerca de 46% em relação às máximas históricas alcançadas em meados de dezembro
É 29 de março, data que os organizadores do ‘Tesla Takedown’ escolheram para protestar e ‘parar’ pacificamente o CEO Elon Musk.
No que se refere a Musk, o que os manifestantes querem parar são os cortes do DOGE. Musk é o líder de fato do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem irritado os políticos desde a posse de Trump em 20 de janeiro.
Pensando em como gastar menos para investir mais? Inscreva-se agora e tenha acesso gratuito à 'Planilha de Controle Financeiro'. É só baixar e começar!
Musk tem sido muito mais agressivo do que os políticos estão acostumados, apontando em entrevistas que as ações são muito mais eficazes do que os relatórios. A velocidade dos cortes surpreendeu muitos, e alguns dos cortes foram contestados com sucesso na justiça.
Na prática, os manifestantes estão descontentes com os primeiros dias do segundo governo Trump, e o relacionamento próximo entre Trump e Musk fez da Tesla um símbolo político.
Últimas em Negócios
“A última coisa que você quer, seja vermelho, azul (cores dos partidos americanos) ou roxo, é que a Tesla se torne um símbolo político”, disse o analista da Wedbush, Dan Ives.
Esse é o desejo dele, mas por enquanto os investidores precisam julgar o impacto de curto e longo prazo dos protestos nas vendas da Tesla.
A política parece estar afastando alguns dos principais clientes da Tesla — pessoas politicamente à esquerda que buscam ser ‘verdes’. Dados fracos de vendas nos EUA e na Europa no início do ano deixaram Wall Street sem escolha a não ser cortar as estimativas de vendas do primeiro trimestre, que devem ser divulgadas em 2 de abril.
De acordo com os números mais recentes de analistas, a Tesla deve entregar de 360 mil a 370 mil carros. Isso é abaixo das estimativas de cerca de 420 mil para o início do ano. A Tesla entregou cerca de 387 mil carros no primeiro trimestre de 2024, então a expectativa passou de crescimento para contração.
Os investidores devem sempre se lembrar de que o mercado de ações é voltado para o futuro. Até sexta-feira, as ações da Tesla caíram cerca de 38% desde a posse em 20 de janeiro, eliminando mais de US$ 500 bilhões de seu valor de mercado.
A Tesla enfrenta protestos há semanas. Alguns não foram pacíficos. Muito disso já está refletido nas ações. O cofundador do ETF Future Fund Active e acionista da Tesla Gary Black acredita que algo em torno de 360 mil veículos vendidos no primeiro trimestre deve ser bom o suficiente para sustentar as ações nos níveis atuais.
Quanto aos protestos deste sábado, nenhum foi realmente próximo o suficiente a ponto de parar a Tesla nem tão pouco Elon Musk.
Um bom recurso para ter uma noção em tempo real da atividade de protesto é o X, que, ironicamente, Musk possui e acabou de vender para sua empresa de inteligência artificial xAI.
O X mostra alguns protestos razoavelmente bem frequentados em Michigan (EUA) e Londres. Também demonstra que a atividade de protesto vem acontecendo há semanas.
A maioria dos analistas de Wall Street acredita atualmente que a mudança política de Musk causou danos à marca da Tesla. Agora, os investidores precisam determinar se o dano é permanente ou se Musk mudará o comportamento para diminuir quaisquer associações negativas.
Tudo se resume a Musk. Ele “é Tesla e Tesla é Musk”, disse Ives, que preferiria que Musk passasse um pouco mais de tempo em Austin, Texas — na sede da Tesla — do que em Washington, D.C.
Muitos investidores provavelmente se sentem assim. Se Musk vai se adaptar ou se aprofundar, ninguém sabe.
Até sexta-feira, as ações da Tesla caíram cerca de 46% em relação às máximas históricas alcançadas em meados de dezembro.
Contudo, as ações permaneceram em alta de cerca de 50% nos últimos 12 meses, cerca de 44 pontos percentuais melhor que o S&P 500.
Com informações do Valor Econômico.