Na Smart Fit (SMTF3), CEO espera quebra de patente de Ozempic para acelerar expansão

Usado para perda de peso, semaglutida estimula pacientes irem à academia sob risco de perda de massa muscular
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  • A queda da patente do Ozempic deve acelerar a expansão da Smart Fit.
  • O CEO, Edgard Corona, prevê aumento da procura por academias com a popularização do medicamento.
  • Genéricos do Ozempic devem chegar ao Brasil em 2026 com preços 35% menores.
  • Academias nos EUA já oferecem programas integrados com medicamentos GLP-1.
  • Smart Fit divulgou balanço sólido no 1º trimestre de 2025, com aumento de receita e clientes.
  • Pátria Investimentos vendeu R$ 2,2 bilhões em ações da Smart Fit após o bom resultado.
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Com a promessa de abrir 350 novas academias ao longo deste ano pela América Latina, Edgard Corona, presidente da Smart Fit (SMTF3), acredita que a queda da patente do Ozempic vai acelerar a expansão da rede, que hoje conta com 1,8 mil unidades, sendo mil delas fora do Brasil.

O raciocínio do empresário é o de que o tratamento com medicações análogas ao GP-1, grupo que inclui a semaglutida, princípio ativo do Ozempic, obriga os pacientes a assumirem um estilo de vida que combina alimentação equilibrada e – é daí que vem sua expectativa – exercício de força, sob risco de perda de massa muscular.

“O Ozempic hoje é caro para boa parte da população. Mas com a queda da patente, ele vai ficar mais barato para quem tem renda mais amassada. Isso vai aumentar a necessidade de buscarem uma academia”, contou Corona, que participou de evento esta semana organizado pela family office TAG Investimentos, em São Paulo.

Patente vai cair

Desenvolvida pela farmacêutica Novo Nordisk, a semaglutida foi originalmente desenvolvida para pacientes com diabetes. Mas provou ser também altamente eficaz em ajudar as pessoas a perder peso e, por isso, seu uso explodiu no mundo.

A expectativa é de lançamento dos genéricos no Brasil ainda no fim de 2026, com preços reduzidos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que o genérico seja no mínimo 35% mais barato que o produto de referência. 

Aplicação na academia

“Com a queda da patente, a gente começa a ter oportunidades. Nos Estados Unidos, a Life Time (rede de academias) já aplica o GLP-1, ligado com a balança de bioimpedância, junto com o treino, para aumentar o resultado de clientes”, afirma o empresário.

No ano passado, pela primeira vez em 15 anos, a curva de obesidade nos Estados Unidos caiu de 45% para 43% da população. Segundo especialistas, essa redução é diretamente relacionada aos medicamentos GLP-1. Paralelamente, o número de clientes matriculados em academias subiu de 20% para 23% da população, o que equivale a 9 milhões de novos usuários.

Na esteira dessa possível nova demanda, academias de luxo, como a Life Time, lembrada por Corona, passaram a adquirir clínicas de perda de peso com médicos que podem prescrever GLP-1.

Outra rede, a Equinox, criou programas de exercícios especificamente para pessoas que tomam esses medicamentos.

Semana agitada

A declaração de Edgard Corona aconteceu numa semana agitada para a Smart Fit. Na sexta-feira, a gestora Pátria Investimentos, sócia da Smart Fit desde 2010, vendeu R$ 2,2 bilhões em ações da SMTFT3 que detinha desde o IPO da rede em 2020. A operação aconteceu na bolsa via venda em bloco, tecnicamente conhecida como ‘block trade’.

Segundo fontes a par da operação, a gestora aproveitou o bom momento da empresa na bolsa, que agradou o mercado com a divulgação do balanço financeiro na quinta-feira (8), para realizar uma parte do investimento.

Para o BTG Pactual, a Smart Fit demostrou solidez no balanço referente ao primeiro trimestre de 2025. Em relatório divulgado aos clientes, o banco destacou que a rede fechou março com aumento de 16% de clientes matriculados, em relação ao ano anterior. Além da receita de R$ 1,8 bilhão, alta de 33% na comparação com o mesmo período de 2024.

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