H&M define abertura da 4ª loja no Brasil; nacionalização de coleções deve ocorrer

- A H&M abrirá sua quarta loja no Brasil, no MorumbiShopping, em São Paulo.
- Outras três lojas serão inauguradas em São Paulo e Campinas até dezembro de 2025.
- A empresa planeja nacionalizar parte de suas coleções para reduzir custos e competir com marcas como Zara.
- A estratégia da H&M inclui a integração entre lojas físicas e vendas online (omnichannel).
- Apesar do investimento, o impacto nas vendas do setor de moda nacional deve ser limitado, segundo especialistas.
Menos de um mês após confirmar o plano de abertura de três lojas no país, a rede de moda sueca H&M informou hoje que abrirá a quarta unidade no Brasil, no MorumbiShopping, empreendimento do grupo Multiplan, em São Paulo.
A unidade será a terceira da marca na capital paulista, que também receberá lojas nos shoppings Iguatemi e Anália Franco.
Além delas, a companhia também informou, em março, a abertura de um ponto físico em Campinas (SP), no shopping Dom Pedro. Todas devem ser inauguradas no segundo semestre de 2025, diz a empresa.
A intenção é abrir todas as quatro unidades antes de dezembro, apurou o Valor, para ter tempo hábil de aproveitar as vendas na data.
Modelo é diferente da concorrente europeia Zara
Além de coleções internacionais, o plano é ter produtos nacionais, o que deve elevar a oferta de itens em moeda local, evitando exposição do preço à variação do euro e do dólar, como o Valor informou em setembro.
Isso porque, assim, a empresa tentará se posicionar de forma competitiva, como opera em outros mercados pelo mundo, ao contrário de outras cadeias como a espanhola Zara.
No Brasil, a Zara tem foco maior na classe média, enquanto na Europa é conhecida pelo posicionamento de preço de uma marca mais democrática.
Estratégia vai combinar pontos físicos e vendas digitais
A intenção da H&M é que a operação ocorra pela estratégia de “omnichannel”, ou seja, com os pontos físicos se integrando com a venda on-line, pelo site e aplicativo — quando isso ocorre, a empresa não precisa ter uma operação com custos fixos altos para atender um volume maior de consumidores, porque usa o comércio digital para atingir clientes em áreas mais distantes.
Não há uma expectativa, entre a linha de frente das redes de moda nacionais, de um impacto relevante nas vendas, pelo volume limitado de lojas que inicialmente serão abertas da cadeia sueca, apurou o Valor com o diretor-geral de uma das redes brasileiras.
“Vai ser feito bastante barulho, terá muita fila, mas deve ser mais ‘espuma’. É que são poucas lojas, isso não impacta na venda, e na verdade, o cliente que não entrar na loja deles, pela fila, vai entrar na nossa no mesmo shopping”, disse essa fonte.
Concorrência com varejistas nacionais será acirrada
Renner e C&A somam, juntas, cerca de 750 lojas no Brasil, e São Paulo é o mercado onde operam com maior número de pontos, elevando barreiras de entrada ao concorrentes. A empresa tem entre seus executivos Joaquim Pereira, gerente de vendas da H&M Brasil.
O Brasil ficou mais para o fim da lista de investimentos da H&M na América Latina — altos custos tributários e logísticos, além da complexidade do mercado consumidor brasileiro teriam feito a empresa planejar outros investimentos nos países vizinhos antes de chegar ao Brasil.
A H&M chegou à América Latina em 2012, com a abertura no México, seguida por Panamá, em 2021, Costa Rica, em 2022, e República Dominicana, em 2024.
Na América do Sul, a marca abriu as primeiras unidades em 2013 com a inauguração de sua primeira loja no Chile, onde atualmente tem cerca de 30 lojas, além do online. A marca também opera no Peru (desde 2015) e no Uruguai (desde 2018).
A empresa ainda irá abrir sua primeira loja em El Salvador, também em 2025, e chega ao Paraguai em 2026.
*Com informações do Valor Econômico
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