Eneva projeta cenário de preços mais altos e maior geração térmica com fim do período úmido
A Eneva prevê alta nos preços da energia elétrica devido à seca e mudanças na modelagem do sistema, indicando maior uso de usinas térmicas

A reversão nas condições hidrológicas em março e mudanças na modelagem do sistema elétrico devem pressionar os preços de energia e abrir espaço para o acionamento de usinas térmicas ao longo do ano.
A avaliação é de Marcelo Lopes, diretor de marketing, comercialização e novos negócios da Eneva.
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Segundo o executivo, o cenário observado até fevereiro — com chuvas abundantes e preços mais baixos — mudou rapidamente.
“A gente já teve uma reversão de um período úmido, que foi bom em janeiro e fevereiro, para uma tendência de seca em março, que puxou bastante o preço para cima”, afirmou durante teleconferência com analistas e investidores.
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Além do comportamento climático, Lopes destacou o impacto da adoção do modelo computacional usado pelo setor elétrico brasileiro para simular o comportamento dos reservatórios e prever o despacho de energia (New Wave híbrido) e o aumento do fator de segurança utilizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o que também contribui para uma tendência de alta nos preços da energia, especialmente em situações de hidrologia desfavorável.
“A nossa expectativa é que esse preço caminhe de patamares do que estão, ou até para mais altos, o que deve impactar, sim, em algum nível de geração termelétrica, em especial após o fim do período de chuvas na região Norte”, disse o executivo.
Espaço para acionamento de termelétricas
A Eneva vê espaço para que as térmicas sejam acionadas não apenas para atender à necessidade de potência em momento de pico de consumo, mas também para suprir a demanda energética no segundo semestre.
Ele também mencionou que esse cenário de preços altos, somado aos cortes de geração de energia impostos pelo ONS (conhecido pelo jargão “curtailment), pode impactar os resultados da companhia em 2025.
Embora em menor escala do que no ano anterior em que o parque solar da empresa foi afetado. Por outro lado, ele avalia que o alívio das restrições de escoamento, com a entrada de novos reforços no sistema de transmissão, deve suavizar parte das pressões.
*Com informações do Valor Econômico