Governo do DF prevê R$ 1 bilhão em dividendos após compra do Banco Master pelo BRB

O Banco de Brasília (BRB) comprou 58% do Banco Master por R$ 2 bi. A aquisição deve gerar R$ 800 milhões em dividendos para o Distrito Federal em 2025, segundo o governador Ibaneis Rocha

A compra de 58% do Banco Master vinha sendo estudada há seis meses pelo Banco de Brasília (BRB), e conversas preliminares entre a instituição e o Banco Central (BC) indicam que ela será “bem recebida” pela autoridade monetária.

As afirmações foram feitas neste sábado (29) pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em entrevista concedida ao Valor Econômico. Já o BC destaca que o processo só será analisado quando for protocolado formalmente por BRB e Banco Master.

A operação foi anunciada na sexta-feira (28) pelo BRB em fato relevante. Por 58% do capital do Master, a instituição que pertence ao governo do Distrito Federal desembolsará entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões.

Apesar de não ter participado das discussões técnicas, Ibaneis afirma que a operação é sólida e vinha sendo estruturada desde meados do segundo semestre do ano passado, gerando benefícios tanto para o BRB quanto para o Distrito Federal.

“Essa parte técnica quem acompanhou foi o [presidente do BRB] Paulo Henrique [Costa]”, diz. “Eles estão estudando a operação há seis meses, não foi uma coisa feita de uma hora para a outra.”

De acordo com o governador, a “operação já vinha sendo discutida com o BC há algum tempo, e as primeiras análises é que vai ser muito bem recebida”, por trazer “uma gestão mais efetiva” para as partes envolvidas.

Master: estratégia de crescimento chamou atenção do BC

O crescimento acelerado do Master em captações nos últimos anos foi fruto principalmente de Certificados de Depósito Bancário (CDB) que tinham remuneração maior do que a média de seus concorrentes.

O movimento chamou atenção de agentes do mercado, que acreditavam que a estratégia poderia trazer problemas para a instituição no futuro.

Como é de costume nesses casos, não apenas a diretoria de Fiscalização, mas também outros departamentos da autoridade monetária serão responsáveis pela análise.

O fato relevante publicado pelo BRB mostra que o BC precisará sancionar a operação em pelo menos três frentes:

  • “Autorizações aplicáveis” de uma forma geral ao caso, incluindo “a autorização de formação do conglomerado prudencial” formado pelas duas instituições;
  • Pedidos de aumento de capital pelas duas instituições, protocolados anteriormente e em análise atualmente pelo BC;
  • E “obtenção das aprovações antitruste aplicáveis”, incluindo as avaliações de BC, Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e “demais aprovações de órgãos de controle”.

Em nota, a autoridade monetária afirma que, “quando protocolado o pedido pelo Banco Master”, o BC “vai avaliar o pedido tecnicamente quanto ao cumprimento dos requisitos aplicáveis a operações da espécie”.

Esses requisitos estão previstos em resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), de número 4.970, publicada em 2021.

Ibaneis também descarta possíveis conflitos de interesse entre público e privado pelo fato de o atual controlador do Master, Daniel Vorcaro, seguir com a maior parte das ações votantes da instituição.

“O que fiquei sabendo é que ele (Vorcaro) ficará no Conselho de Administração e participará de outros conselhos, mas sempre mantendo a nossa (do BRB) maioria nos bancos “, diz.

O governador calcula que, com a compra, os dividendos pagos pelo BRB para o governo do Distrito Federal neste ano passarão dos atuais R$ 200 milhões projetados para R$ 1 bilhão.

Com informações do Valor Econômico

Leia a seguir

Pular para a barra de ferramentas