CEO da Cruzeiro do Sul detalha prejuízo no 4º tri e não descarta ir às compras em 2025
Após registrar prejuízo de R$ 9,8 milhões no quarto trimestre de 2024, a Cruzeiro do Sul destacou que o resultado se deu pelo crescimento de despesas não recorrentes – que somaram R$ 26,9 milhões, alta anual de 513,6%.
Deste montante, R$ 23,5 milhões se referem à atualização na curva de provisão de perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa (PECLD) e os outros R$ 3,4 milhões em despesas com projetos de fusão e aquisição (M&A), explicaram os executivos da empresa durante conferência com analistas nesta terça-feira (01).
A PECLD é uma estimativa de inadimplência que visa prever o valor que uma empresa pode não receber de seus clientes.
“Esperamos ter uma boa inadimplência para 2025, mesmo com a mudança de estimativas”, aponta o diretor-presidente, Renato Padovese. O executivo também não descarta fusões e aquisições para este ano.
“A gente vê para frente que a alavancagem está caindo bastante (…) A gente está sempre olhando possíveis aquisições. É um mercado que está difícil, mas a gente tem capacidade de se alavancar”, explica Padovese.
Detalhes do resultado
A companhia encerrou o ano de 2024 com a alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda em 1,4 vez, queda ante o índice registrado em 2023, de 1,6 vez.
Nos últimos três meses do ano passado, a empresa faturou R$ 662,7 milhões, 10,6% superior às receitas do quarto trimestre de 2023.
No acumulado de 2024, o lucro foi de R$ 144,3 milhões, alta de 43,7% ante o total de 2023, enquanto as receitas subiram 11,8%, para R$ 2,56 bilhões.
Os executivos da Cruzeiro do Sul comemoraram o recorde de lucro líquido ajustado e de dividendos, que chegaram a R$ 187 milhões e R$ 137 milhões, respectivamente, em 2024.
De acordo com Padovese, o resultado no ano foi puxado pelo “crescimento da base e retenção dos nossos estudantes”, além de uma acertada estratégia de volume e preço e o aumento do número de alunos de medicina.
Expansão no números de alunos matriculados
A companhia chegou a 526 mil alunos matriculados, o que representa uma expansão de 12%, sendo 7% na modalidade presencial e 15% no digital, em relação ao ano de 2023.
O ticket médio acompanhou esta tendência, com aumentos de 1,8% no presencial e 1,7% no digital.
“Gostaria de salientar o desempenho do EAD [ensino a distância]. Mesmo com um ambiente regulatório incerto, a gente conseguiu crescer de maneira constante”, disse o CEO.
O setor aguarda o estabelecimento da nova regulamentação do EAD, que está em fase final de elaboração pelo Ministério da Educação (MEC) e deve exigir maior presença e aulas ao vivo (síncrona).
“A gente não tem nenhuma atualização (…) Não dá pra cravar nada. É uma expectativa para que, no mais tardar, no final de abril a gente já tenha esse novo marco para trabalhar no planejamento”, afirmou o diretor-presidente.
*Com informações do Valor Econômico
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