Banco do Brasil (BBAS3) tem lucro líquido de R$ 7,3 bilhões no primeiro trimestre, queda de 20%

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O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou lucro líquido ajustado de R$ 7,3 bilhões no primeiro trimestre de 2025, queda de 20% em relação ao resultado de igual período em 2024. O retorno líquido sobre patrimônio do banco caiu de 21,8% para 16,7% em 12 meses, afetado pelo salto de inadimplência de mais de 90 dias na carteira de crédito e empréstimos.
O resultado veio abaixo do consenso de analistas da Bloomberg, que esperava lucro líquido ajustado de R$ 9,1 bilhões.
O banco destaca que houve agravamento de inadimplência de “parte da carteira do Agronegócio” ao longo de 2025, além de aumento de amortizações relacionado ao fim de safras no campo. Assim, o Banco do Brasil (BBAS3) passou a revisar as projeções de margem financeira bruta e de custo de crédito para este ano. A instituição anunciou a distribuição de R$ 1,9 bilhão em JCP (Juros sobre Capital Próprio).
Queda em margem financeira e alta do custo de crédito
A margem financeira bruta do Banco do Brasil no trimestre encolheu em relação ao mesmo período do ano anterior. Ela totalizou R$ 23,9 bilhões nos primeiros três meses de 2025, queda de 7,2% em relação a 2024.
Em comunicado, o BB ressaltou que houve descasamento de ativos e passivos no resultado porque títulos prefixados se desvalorizaram no período, enquanto captações, em sua maioria pós fixadas, sofreram efeito do aumento da taxa de juros, a Selic.
“Além disso, destaca-se o crescimento de 1,9% do saldo médio das captações comerciais e de 6,0% das captações institucionais”, disse o BB.
A carteira de crédito do Banco do Brasil (BBAS3) cresceu 14,4% na base anual, saindo de R$ 1,1 para R$ 1,2 bilhão, puxada pelo forte desempenho de clientes pessoa jurídica. Em relação ao quarto trimestre, no entanto, ficou estável com aumento marginal de 1,1%.
Um dos destaques mais negativos do balanço veio da inadimplência ao Agro. O BB somou um custo de crédito de R$ 10,2 bilhões entre janeiro e março. Em mensagem a investidores, a diretoria do banco afirma que a carteira de crédito para o campo atingiu inadimplência de 3% “apesar do cenário positivo” da super safra.
“Há um estoque de operações que vem sendo tratado da safra 2023/2024, inclusive, por conta das recuperações judiciais no setor – que exigem maior provisionamento sob a nova regulação”, afirmou o Banco do Brasil.
Revisão de guidance e JCP do Banco do Brasil (BBAS3)
A inadimplência no Agronegócio levou o BB a revisar projeções para 2025. O banco estatal retirou previsões de margem financeira bruta, custo de crédito, e principalmente lucro líquido ajustado.
Ele manteve, por outro lado, a estimativa de crescimento anual de 5,5% a 9,5% na carteira de crédito.
Por fim, o Banco do Brasil (BBAS3) anunciou a distribuição de R$ 1,9 bilhão a acionistas na forma de JCP, ou o equivalente a R$ 0,334258 por ação ordinária da instituição.
A data limite para assumir posição acionária e ter direito a receber o JCP do BB é 2 de junho. Depois disso, as ações negociam ex-provento.
Vale lembrar que incide sobre o JCP uma alíquota de 15% de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
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