Ibovespa sobe 1,79% e fecha no maior patamar desde setembro passado; dólar cai 0,47% e vai a R$ 5,69

- O Ibovespa subiu 1,79%, fechando em 134.580 pontos, maior patamar desde setembro de 2023.
- A queda dos juros futuros e sinalizações favoráveis do Fed contribuíram para a alta.
- Ações da Vale e bancos também impulsionaram o índice.
- O dólar caiu 0,47%, cotado a R$ 5,69.
- Bolsas de Nova York e Europa também registraram altas.
Powered by TradingView
Uma confluência de fatores ajudou a potencializar os ganhos do Ibovespa na sessão desta quinta-feira, que encerrou em alta de 1,79%, aos 134.580 pontos.
A última vez que o índice ficou perto desse patamar foi em 17 de setembro do ano passado, quando fechou em 134.960 pontos.
Ibovespa hoje
Segundo participantes do mercado, o desempenho do índice foi favorecido pelo forte recuo dos juros futuros, alimentado pela percepção de um Banco Central menos conservador, e pelas sinalizações mais favoráveis de autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para o corte de juros.
Também pesou a declaração de Donald Trump de que EUA e China tiveram conversas pela manhã, ainda que o porta-voz do Ministério do Comércio da China tenha dito que “quaisquer relatos sobre avanços das negociações são infundados”.
A subida das ações da Vale e de boa parcela das blue chips de bancos também incrementou os ganhos do Ibovespa. Antes da apresentação dos números do primeiro trimestre, os papéis da mineradora avançaram 1,56%.
Já o destaque positivo entre os bancos ficou para as units do Santander, que tiveram ganho de 3,81%.
A liderança entre as maiores altas do Ibovespa, porém, ficou para os papéis da Hypera, que subiram 12,27%. Para os analistas do Bradesco BBI e do Goldman Sachs, os resultados fracos apresentados ontem pela empresa já eram esperados e a companhia demonstrou que tem avançado na otimização de capital de giro.
Já as ações da Azul responderam pela maior queda do índice, ao recuar quase 25%.
O volume financeiro do Ibovespa na sessão foi de R$ 20,0 bilhões e de R$ 26,6 bilhões na B3.
Dólar hoje
Powered by TradingView
O dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira em queda frente ao real, em uma sessão marcada por maior apetite a ativos de risco.
Na esteira de uma perspectiva global mais construtiva, o investidor estrangeiro pode ter trazido capital para o país, dando suporte para a moeda brasileira.
Apesar da queda, o dólar encerrou distante das mínimas do dia, e o real, que pela manhã chegou a ter o melhor desempenho entre as 33 moedas mais líquidas, terminou o dia longe do topo do ranking, nem entre os 10 melhores desempenhos.
Encerrado o pregão do mercado “spot”, o dólar à vista registrou queda de 0,47%, cotado a R$ 5,6916, depois de bater na mínima de R$ 5,6628 e ter encostado na máxima de R$ 5,7080.
Já o euro comercial exibiu apreciação de 0,07%, cotado a R$ 6,4796.
No exterior, o dólar recuava frente à maioria das moedas mais líquidas, enquanto o índice DXY depreciava 0,54%, aos 99,305 pontos.
Bolsas de Nova York
Powered by TradingView
As principais bolsas de Nova York registraram o terceiro dia consecutivo de alta nesta quinta-feira (24), à espera de novos desdobramentos na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
Em meio à falta de notícias e um banho de água fria por participantes de ambos os governos ontem sobre o patamar das conversas, os agentes financeiros aguardavam os resultados trimestrais de empresas como a Alphabet, que saiu após o fechamento do mercado.
O índice Dow Jones fechou com alta de 1,23%, aos 40.093,40 pontos, revertendo o movimento de queda visto pela manhã.
O S&P 500 avançou 2,03%, aos 5.484,79 pontos, enquanto o Nasdaq teve alta de 2,74%, aos 17.166,04 pontos, puxado pelo bom desempenho de empresas do setor de tecnologia (3,54%).
Ações ligadas ao setor de tecnologia e chips, como Broadcom (6,35%), Arm (6,51%), Amazon (3,29%) e Nvidia (3,62%) tiveram alguns dos melhores desempenhos do dia. Antes da divulgação de seus resultados trimestrais, as ações classe A da Alphabet subiam 2,37%.
O movimento de alta de Microsoft (3,45%) e Goldman Sachs (3,06%) ajudaram o índice Dow Jones a sair do campo negativo, que foi pressionado pela queda nos papéis da IBM (-6,58%), após o CEO da empresa afirmar que os cortes de custos do governo dos EUA podem ter afetado os negócios.
Apesar do mercado reagir ao balanço de grandes empresas nesta semana, os economistas do banco BBVA apontam que os mercados continuarão sendo impulsionados pelas ações de Donald Trump.
“Ainda há uma falta de consistência e as negociações podem levar muito mais tempo, embora alguns dos riscos extremos tenham diminuído”, disseram.
O recente rali de altas nas bolsas americanas aconteceu após Trump recuar em sua retórica nas negociações com a China e declarar que não tinha intenção de demitir o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
Pequim, no entanto, negou que negociações comerciais estejam em andamento e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, também lançou dúvidas sobre o acordo comercial.
Neste contexto, a Mizuho Americas aponta que o mercado de ações americano está trabalhando com o pior cenário-base e que o S&P 500 provavelmente entrará em território de bear market, na medida em que uma parte substancial da bolha relacionada à inteligência artificial será revertida.
“Vemos essa próxima queda no mercado como uma oportunidade de compra para os investidores, à medida que a economia evita uma recessão causada por uma crise de crédito, o crescimento dos lucros, de baixo para cima, se mantém estável na faixa de 12-14% para 2025-2026 e as empresas iniciam programas de recompra de ações à medida que o mercado mostra sinais de estabilização”, dizem.
Bolsas da Europa
Os principais índices de ações da Europa fecharam em alta nesta quinta-feira (24), com o mercado repercutindo o fluxo de notícias em torno da política comercial dos Estados Unidos e a temporada de balanços de empresas.
No fechamento, o índice Stoxx 600 teve alta de 0,38%, aos 518,72 pontos, o FTSE 100, da Bolsa de Londres, subiu 0,05%, aos 8.407,44 pontos, o DAX, de Frankfurt, teve ganho de 0,47%, aos 22.064,51 pontos, e o CAC 40, de Paris, avançou 0,27%, aos 7.502,78 pontos.
Entre os destaques, as ações da Kering, dona da Gucci, recuaram1,69%, após as vendas da empresa terem ficado abaixo do esperado no primeiro trimestre.
O BNP Paribas caiu 2,15%, após informar uma queda no lucro, e a Nokia afundou 9,46%, depois de dizer que espera um impacto das tarifas dos Estados Unidos nos resultados do segundo trimestre.
A Adidas, por outro lado, subiu 2,90%, com o balanço superando as expectativas do mercado.
Já no cenário macroeconômico, o índice Ifo de sentimento empresarial na Alemanha subiu para 86,9 pontos em abril, ante leitura anterior de 86,7, superando a estimativa média dos analistas consultados pelo “Wall Street Journal”, que esperavam uma queda para 85,1. Foi o quarto mês consecutivo de avanço do indicador, o que contribuiu para impulsionar as ações no pregão.
“Parece que o avanço nas condições atuais foi provocado por um impulso da atividade industrial, devido à antecipação de tarifas, o que está elevando os pedidos e o otimismo geral nos negócios, compensando preocupações sobre novos aumentos tarifários dos Estados Unidos e eventuais retaliações da União Europeia”, diz Melanie Debono, economista-sênior da Europa da Pantheon Macroeconomics, em nota.
Com informações do Valor Econômico
Leia a seguir