Ibovespa sobe 1,34% após recuo de Trump sobre China e Powell; dólar cai 0,16% e vai a R$ 5,71

Bolsa de valores hoje: veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta quarta-feira (23) e o que movimentou os ativos
🤖 Leia o resumo feito pelo Flash, nossa ferramenta de Inteligência Artificial
  • O Ibovespa fechou com alta de 1,34%, aos 132.216 pontos, após recuo de Trump em relação à China e Powell.
  • O dólar caiu 0,16%, cotado a R$ 5,71.
  • Ações da Vale subiram 1,19%, enquanto Petrobras teve queda de 1,13%.
  • Bolsas de Nova York e Europa também registraram altas expressivas.
LER RESUMO

Powered by TradingView

O recuo do presidente americano, Donald Trump, ao negar que pretende demitir o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e sinalizar redução das tarifas comerciais à China, ajudou a embalar a busca por ativos de risco nesta quarta-feira (23). Com o Ibovespa, não foi diferente.

Na máxima do dia, o índice chegou a alcançar os 133.318 pontos, mas desacelerou um pouco na reta final do pregão e fechou com alta de 1,34%, aos 132.216 pontos, distante da máxima de 133.318 pontos.

Ibovespa hoje

No entanto, a declaração dada pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, de que não “haverá redução unilateral de tarifas da China”, reforçando o que foi falado horas antes pelo secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, teve efeito direto sobre os mercados.

Ambas as falas ajudaram a reduzir um pouco do otimismo dos investidores lá fora e aqui perto do fechamento. Os índices americanos fecharam em alta: Nasdaq subiu 2,50%; S&P 500 avançou 1,67%; e o Dow Jones teve ganhos de 1,07%.

Em linha com o avanço mais expressivo nos preços do minério de ferro, as ações da Vale encerraram com alta de 1,19%.

Já os papéis da Petrobras fecharam em queda: as PN recuaram 1,13%. Hoje, os preços do petróleo voltaram a apresentar recuo mais acentuado, em meio a rumores de que membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) desejam aumentar a produção.

Outras petroleiras também sofreram, caso de Prio (-3,26%), PetroReconcavo (-2,60%) e Brava (-0,64%).

Na ponta contrária, as ações da JBS foram destaque na sessão, com um avanço de 6,38%. Ontem, a companhia informou que a Securities and Exchange Comission (SEC), aprovou a listagem das ações da companhia nos Estados Unidos.

O volume financeiro do índice na sessão foi de R$ 18,2 bilhões e de R$ 24,3 bilhões na B3.

Dólar hoje

Powered by TradingView

O dólar à vista fechou com leve desvalorização frente ao real na sessão desta quarta-feira, um dia marcado por maior volatilidade no câmbio.

Pela manhã, o dólar operava em leve queda frente à maioria das moedas emergentes e avançava contra moedas de mercados desenvolvidos, e a dinâmica ganhou força nas primeiras horas de negociação, com a moeda americana chegando a bater no nível de R$ 5,65 na mínima da sessão.

Na parte da tarde, no entanto, dúvidas sobre os próximos passos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ajudaram a reduzir a busca por ativos de risco e a fortalecer o dólar frente a moedas de mercados emergentes.

Encerradas as negociações, o dólar à vista registrou queda de 0,16%, a R$ 5,7184, depois de bater na mínima de R$ 5,6584 e encostar na máxima de R$ 5,7279.

o euro comercial teve queda de 1,01%, a R$ 6,4752.

Perto do horário de fechamento do mercado “spot”, o real listava entre as cinco moedas com melhores desempenhos frente ao dólar. O índice DXY, por sua vez, apreciava 0,94%, aos 99,848 pontos.

Bolsas de Nova York

Powered by TradingView

As principais bolsas de Nova York engataram um segundo pregão seguido de forte valorização nesta quarta-feira (23), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter suavizado sua postura frente à guerra tarifária com a China e recuado em sua retórica contra o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.

O republicano, no entanto, deve falar após o fechamento do mercado, às 18h (horário de Brasília), provavelmente sobre os últimos acontecimentos na política comercial do país.

No fechamento, o índice Dow Jones subiu 1,07%, aos 39.606,57 pontos, enquanto o S&P 500 teve alta de 1,67%, aos 5.375,82 pontos.

o Nasdaq subiu 2,50%, aos 16.708,05 pontos, puxado pela alta no setor de tecnologia (2,92%) e de ações ligadas à China.

As ações da Tesla subiram 5,33%, mesmo após a divulgação de resultados trimestrais abaixo do esperado pelo mercado, devido à indicação de que Elon Musk está se afastando de seus papéis políticos para focar na empresa. A Apple, que tem grande parte de sua produção na China, teve alta de 2,38%. A Nvidia subiu 3,67%.

Os economistas do Charles Schwab atentam para uma possível desaceleração da economia americana e notam que os executivos de empresas de tecnologia podem ter pouca clareza até que a política comercial dos EUA se torne menos nebulosa.

“A atividade econômica mais lenta pode significar menos vendas de itens físicos produzidos por empresas de tecnologia, incluindo celulares, chips, semicondutores e servidores”, disseram.

No campo político, Trump disse ontem que não tem a intenção de demitir Powell.

“Nunca tive essa intenção”, afirmou a jornalistas. “A imprensa exagera tudo”, criticou o republicano, apesar do assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, ter dito textualmente que Trump e sua equipe estudavam a demissão do presidente do Fed.

O republicano também sinalizou avanços nos acordos comerciais com a China. “A tarifa sobre a China não será tão alta quanto 145%, não chegará nem perto. Mas também não será zero”, disse.

Trump ainda disse que se a China não concordasse com um acordo comercial, os Estados Unidos iriam impor as condições.

“Parece que o presidente entendeu a mensagem — talvez dos mercados — de que guerras comerciais e ameaças de destituir o presidente do Fed não são boas ideias”, disse Kathy Jones, da Charles Schwab.

Em resposta aos EUA, a China disse nesta quarta que estaria aberta a negociar, mas não sob pressão.

“A atitude da China em relação à guerra tarifária iniciada pelos EUA é bastante clara: não queremos lutar, mas não temos medo. Se lutarmos, será até o fim; se formos negociar, a porta está bem aberta”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun.

Bolsas da Europa

As principais bolsas da Europa fecharam esta quarta-feira (23) em forte alta, reagindo aos indícios de um alívio nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.

O bom humor nos mercados globais foi suficiente para que os agentes financeiros ignorassem os dados fracos de atividade medidos pelo índice gerente de compras (PMI) do bloco.

No fechamento, o índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 1,89%, aos 517,30 pontos. Os setores mais beneficiados foram os de tecnologia (+4,74%) e finanças (+3,93%), com destaque para as ações da alemã SAP, que subiram 11,03% após a divulgação de seus resultados trimestrais, e do banco britânico Barclays, com avanço de 5,16%.

O FTSE 100, da Bolsa de Londres, subiu 1%, aos 8.411,82 pontos, o DAX, de Frankfurt, escalou 3,22%, aos 21.979,41 pontos, e o CAC 40, de Paris, anotou alta de 2,41%, aos 7.503,17 pontos.

A melhora no sentimento e o apetite ao risco dos investidores são impulsionados pelo recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em sua retórica sobre a política tarifária frente à China e em relação às críticas ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.

Depois do fechamento das bolsas, ontem, Trump sinalizou que as tarifas finais sobre as exportações chinesas para os EUA “não chegarão nem perto de 145%”, mas “não serão de zero”, caso os países cheguem a um acordo.

Em resposta, a China disse nesta quarta-feira que estaria aberta a negociar, mas não sob pressão. “A atitude da China em relação à guerra tarifária iniciada pelos EUA é bastante clara: não queremos lutar, mas não temos medo. Se lutarmos, será até o fim; se formos negociar, a porta está bem aberta”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun.

O bom humor dos mercados foi suficiente para ofuscar os dados fracos de atividade na zona do euro. O PMI composto do bloco, medido pela S&P Global, caiu para 50,1 em abril, de 50,9 em março, o menor nível dos últimos quatro meses. O PMI de serviços caiu para 49,7 em abril, de 51,0 em março.

“No geral, ainda acreditamos que o risco de um cenário estagflacionário é maior do que o contabilizado pelos mercados nos próximos meses, já que as empresas parecem prontas para aumentar os preços em todos os lugares para compensar as margens perdidas nos EUA, devido às tarifas mais altas nos próximos meses”, disse a Pantheon Macroeconomics.

Com informações do Valor Econômico

Leia a seguir

Pular para a barra de ferramentas