Com apoio de Vale e bolsas de NY, Ibovespa sobe 0,63% e retoma 130 mil pontos; dólar cai 1,32% e vai a R$ 5,72
- Ibovespa fecha em alta de 0,63%, impulsionado por Vale e bancos, atingindo 130 mil pontos.
- Dólar fecha em queda de 1,32%, cotado a R$ 5,72.
- Bolsas de Nova York registram alta significativa, com Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq em alta.
- Alta influenciada por comentários sobre redução de tensões comerciais entre EUA e China.
- Volume financeiro abaixo da média diária, indicando baixa liquidez.
Powered by TradingView
Em um dia de baixa liquidez e de maior apetite por risco nos mercados globais, o Ibovespa obteve suporte para avançar, impulsionado pela alta das ações da Vale e de blue chips de bancos.
O índice encerrou com um avanço de 0,63%, aos 130.464 pontos, depois de oscilar entre os 128.726 pontos e os 130.877 pontos.
Ibovespa hoje
O movimento local acompanhou a subida dos índices americanos, que passaram por um dia de ajuste. O Nasdaq fechou em alta de 2,71%; o Dow Jones teve ganho de 2,66%; e o S&P 500 avançou 2,51%.
Na véspera, as bolsas americanas tiveram forte queda, em meio a críticas duras do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao chefe do Federal Reserve, Jerome Powell. Há temores de que Trump abale a independência do BC americano.
As ações da Vale encerraram com ganho de 1,78%, em linha com a alta do minério de ferro em Dalian.
Já as ações da Petrobras fecharam mistas: as ON recuaram 0,54%, enquanto as PN avançaram 0,23%. Segundo operadores, o movimento pode indicar que houve saída de estrangeiros.
Entre as maiores altas da sessão ficaram as ações da MRV, que subiram 8,26%, ampliando os ganhos pelo terceiro pregão seguido.
Já entre as maiores baixas ficaram os papéis da Embraer, que caíram 3,45%.
O volume financeiro do índice na sessão foi de R$ 13,5 bilhões, abaixo da média diária registrada desde o começo do ano, que é de R$ 16,6 bilhões. Já na B3, o giro financeiro bateu R$ 18,0 bilhões.
Dólar hoje
Powered by TradingView
O dólar à vista exibiu forte desvalorização frente ao real nesta terça-feira, em uma sessão marcada por maior busca por ativos de risco.
Moedas de mercados emergentes (em especial da América Latina) e ligadas a commodities apreciaram nesta sessão.
Operadores entenderam que o movimento mais forte do real pode ter sido resultado de um acúmulo das dinâmicas de ontem com a de hoje, dado que na segunda-feira já houve um enfraquecimento global do dólar, mas o mercado local não absorveu tal movimento porque estava fechado por conta do feriado de Tiradentes.
No fim das negociações, o real tinha o segundo melhor desempenho frente ao dólar, entre as 33 moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor, atrás apenas do peso argentino.
Encerradas as negociações, o dólar à vista fechou negociado em queda de 1,32%, cotado a R$ 5,7278, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,7188 e batido na máxima de R$ 5,8015.
Já o euro comercial exibia desvalorização de 0,90%, a R$ 6,5413.
Perto do fechamento, o dólar também recuava 0,95% contra o peso chileno, 0,46% ante o peso mexicano e 0,50% contra o rand sul-africano.
Já o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, avançava 0,66%, aos 98,929 pontos.
Bolsas de Nova York
Powered by TradingView
As principais bolsas de Nova York fecharam esta terça-feira (22) em alta, estendendo o movimento positivo registrado desde a abertura.
A suposta fala do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, de que ele espera uma redução nas tensões com a China, classificando a guerra comercial em andamento como “insustentável”, impulsionou a valorização dos índices em Wall Street.
Os comentários teriam sido feitos em um evento do JP Morgan sem a presença do público geral e jornalistas.
No fechamento, o índice Dow Jones subiu 2,66%, aos 39.186,98 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 2,51%, aos 5.287,75 pontos. O Nasdaq teve alta de 2,71%, aos 16.300,42 pontos.
Todos os setores da bolsa fecharam em alta, com destaque para finanças (3,28%) e tecnologia (2,45%).
As ações da American Express (4,09%), Visa (3,56%) e Goldman Sachs (3,72%) foram alguns dos melhores desempenhos no setor de finanças.
Entre as ações de tecnologia, as maiores altas foram da Tesla (4,61%), que aguarda a divulgação de seus resultados trimestrais hoje, e da Apple (3,37%).
Bessent descreveu as tarifas como um embargo que efetivamente encerraria o comércio entre os dois lados, disse à Barron’s uma pessoa que esteve no evento.
O secretário do Tesouro acrescentou, segundo o informe da Barron’s, que o objetivo não é que os EUA e a China dissociem suas economias.
Em vez disso, ele acredita que a situação tarifária insustentável provavelmente levará tanto os EUA quanto a China a recalibrarem sua relação comercial. Isso daria início a um conjunto de negociações potencialmente difíceis.
Além disso, em coletiva de imprensa, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que há progresso nos acordos comerciais e que “a bola está indo na direção certa com a China”.
Economistas do Goldman Sachs destacam, em relatório, que a maior parte dos aumentos sequenciais da inflação na última guerra comercial ocorreu dentro de dois a três meses após a implementação das tarifas.
Por isso, eles esperam que, no ambiente atual, os gastos dos consumidores desacelerem juntamente com a renda disponível.
Quanto aos investimentos das empresas, esses economistas disseram esperar que condições financeiras mais restritivas e uma incerteza elevada comecem a reduzir o crescimento dos investimentos (capex) neste trimestre, com um impacto máximo na segunda metade deste ano.
Bolsas da Europa
Na volta do feriado de Páscoa, os principais índices de ações da Europa fecharam em alta nesta terça-feira (22), se recuperando das perdas vistas mais cedo.
No radar dos investidores ainda seguem as provocações do presidente americano, Donald Trump, ao presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, que pesaram sobre o sentimento do mercado ontem, e as novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos.
No fechamento, o índice Stoxx 600 subiu 0,24%, aos 507,64 pontos, o FTSE 100, de Londres, teve alta de 0,64%, aos 8.328,60 pontos, o DAX, de Frankfurt, avançou 0,41%, aos 21.293,53 pontos, e o CAC 40, de Paris, escalou 0,56%, aos 7.326,47 pontos.
Entre os destaques do dia, as ações da Novo Nordisk, a fabricante do Ozempic, tiveram forte baixa de 7,42%, após resultados de testes da rival americana Eli Lilly com uma pílula experimental para perda de peso e controle de açúcar no sangue mostrarem a mesma eficácia do medicamento da farmacêutica dinamarquesa.
Chris Beauchamp, analista-chefe de mercados da IG, vê que a turbulência entre Trump e Powell tem provocado uma realocação expressiva de capital global, com fluxos saindo dos mercados americanos em direção a outras regiões.
Ele cita que os fundos de ações dos Estados Unidos registraram uma saída de US$ 10,6 bilhões, apenas na semana passada, enquanto que os fundos de ações europeias tiveram uma entrada de US$ 3,6 bilhões.
“Esse movimento revela a preferência dos investidores por mercados percebidos como mais previsíveis do ponto de vista político e com menor interferência governamental”, Beauchamp diz, em nota. “A diversificação entre diferentes mercados pode ajudar a mitigar os riscos associados à incerteza política em qualquer país.”
Com informações do Valor Econômico
Leia a seguir