Falas de Powell e efeitos da guerra comercial fazem Ibovespa recuar 0,72%; dólar cai 0,44% e vai a R$ 5,86

Bolsa de valores hoje: veja como se comportaram o Ibovespa e o dólar nesta quarta-feira (16) e o que movimentou os ativos
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  • O Ibovespa fechou em queda de 0,72%, aos 128.317 pontos, impactado pelas tensões comerciais entre EUA e China e declarações de Jerome Powell.
  • Powell indicou que mudanças na política comercial americana podem afastar o Fed de suas metas, aumentando a cautela dos investidores.
  • Ações da Vale caíram 2,32%, enquanto Petrobras teve desempenho misto. O dólar caiu 0,44%, a R$ 5,86.
  • Bolsas de Nova York também fecharam em queda, com Dow Jones (-1,73%), S&P 500 (-2,24%) e Nasdaq (-3,07%).
  • Ações de tecnologia foram fortemente impactadas, com Nvidia (-6,87%) e AMD (-7,37%) entre as maiores quedas.
  • Bolsas europeias tiveram desempenho misto, refletindo as incertezas comerciais.
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O impasse tarifário travado entre Estados Unidos e China voltou a abalar ativos de risco desde o começo da sessão desta quarta-feira (16), o que teve reflexo direto no Ibovespa.

No fechamento, o índice encerrou em queda de 0,72%, aos 128.317 pontos, depois de oscilar entre os 128.149 pontos e os 129.605 pontos.

Ibovespa hoje

O dia já era negativo para o principal índice da bolsa brasileira quando declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, ajudaram a ampliar a cautela de investidores.

Powell afirmou hoje que as mudanças na política comercial dos Estados Unidos provavelmente irão afastar o banco central americano de suas metas. O presidente do Fed também disse que irá aguardar mais sinais para realizar uma intervenção na economia americana e na política monetária.

Entre as blue chips, as ações da Vale foram destaque negativo, com queda de 2,32%. A mineradora apresentou ontem à noite a sua prévia operacional.

Já as ações PN da Petrobras encerraram no zero a zero, enquanto as ON tiveram perdas de 0,87%.

O volume financeiro do índice na sessão foi de R$ 19,2 bilhões e de R$ 25,1 bilhões na B3.

Dólar hoje

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O dólar à vista registrou queda frente ao real nesta quarta-feira, em um movimento semelhante ao observado no exterior, de depreciação generalizada da moeda americana.

Os agentes financeiros seguiram atentos ao desenrolar da disputa comercial entre Estados Unidos e China.

Hoje, todas as moedas de mercados emergentes exibiram recuperação consistente, mas o real não apresentou o mesmo fôlego.

Operadores entendem que a moeda brasileira já exibia uma performance superior antes do anúncio das medidas tarifárias do presidente Donald Trump, e agora o que ocorre é mais um equilíbrio do real com seus pares.

Encerradas as negociações do mercado à vista, o dólar comercial registrou queda de 0,44%, cotado a R$ 5,8645, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,8520 e batido na máxima de R$ 5,9158.

o euro comercial exibiu valorização de 0,44%, a R$ 6,6764.

Perto das 17h05, o índice DXY recuava 0,86%, aos 99,353 pontos.

Bolsas de Nova York

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As principais bolsas de Nova York operaram a maior parte do dia no campo negativo, arrastadas por uma piora nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China nesta quarta-feira (16).

O movimento de queda se intensificou após o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sobre as perspectivas econômicas do país, no qual ele destacou que os efeitos da política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, afastarão o banco central americano de suas metas.

No fechamento, o índice Dow Jones caiu 1,73%, aos 39.669,39 pontos, enquanto o S&P 500 cedeu 2,24%, aos 5.275,71 pontos.

O Nasdaq registrou a maior queda, de 3,07%, aos 16.307,16 pontos, devido à queda generalizada de ações ligadas ao setor de tecnologia (3,94%).

Trump anunciou ontem que o governo dos EUA passará a exigir licenças para exportar os chips de IA H20 da Nvidia e MI308 da Advanced Micro Devices (AMD), assim como seus equivalentes, por tempo indeterminado. A restrição também vale para outras cinco nações, incluindo Israel.

Neste contexto, os ativos da Nvidia e da AMD registraram dois dos piores desempenhos do dia, caindo 6,87% e 7,37%, respectivamente.

Outras ações de tech também tiveram forte queda, como Meta (3,68%), Microsoft (3,66%), Apple (3,89%) e Tesla (4,94%).

As falas de Powell indicam um cenário desafiador para o Fed. O presidente do banco central americano afirmou que os efeitos de políticas sobre a economia permanecem altamente incertos e que as tarifas devem gerar um aumento temporário da inflação.

“Podemos estar em um cenário desafiador em que metas de mandato duplo estejam em tensão”, disse.

O mau humor nos mercados também se dá pela indicação de que o Fed aguardará mais sinais para intervir na economia americana e na política monetária.

“Estamos bem posicionados para aguardar maior clareza antes de considerar ajustes na postura”, afirmou Powell.

O presidente também disse que os mercados estão enfrentando muita incerteza e estão operando de forma funcional, como a autarquia esperaria que eles estivessem.

Em linha com os comentários de Powell hoje, Michael Feroli, economista do J.P. Morgan, explica que o banco não espera que o Fed corte os juros nos Estados Unidos em breve, projetando a próxima redução para setembro.

“Acreditamos que o horizonte no qual o desemprego será excessivamente alto é mais longo do que aquele no qual a inflação será excessivamente alta, por isso achamos que o próximo movimento será de corte”, disse.

Bolsas da Europa

Os principais índices de ações da Europa fecharam em direções opostas nesta quarta-feira (16).

A escalada de tensões comerciais segue no centro das atenções do mercado, especialmente em meio a notícias de que os Estados Unidos e a União Europeia (UE) estariam com dificuldades de chegar a um acordo.

No fechamento, o índice Stoxx 600 teve queda de 0,19%, aos 507,08 pontos, o FTSE 100, da Bolsa de Londres, subiu 0,32%, aos 8.275,60 pontos, o DAX, de Frankfurt, avançou 0,27%, aos 21.311,02 pontos, e o CAC 40, de Paris, caiu 0,07%, aos 7.329,97 pontos.

Mais cedo, as bolsas europeias operavam em queda, mas reduziram parte das perdas após a China sinalizar que estaria aberta a negociar com os Estados Unidos, caso o governo americano demonstrasse mais respeito e atendesse algumas condições, segundo a agência de notícias Bloomberg, que cita pessoas próximas ao assunto.

No cenário macroeconômico, amanhã, o mercado acompanha a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE), que deve anunciar mais um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) na taxa de depósito, para 2,25%.

Investidores estarão atentos para saber quais serão os próximos passos da autoridade monetária, diante das incertezas comerciais no cenário econômico global.

Com informações do Valor Econômico

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