Transição para economia de carbono zero pode trazer US$ 6 tri ao Brasil até 2050, diz estudo

A evolução da economia para um modelo de emissão líquida zero de carbono oferece uma oportunidade de investimentos aproximada de US$ 6 trilhões no Brasil até 2050.
É o que aponta um estudo divulgado nesta segunda-feira (31) pela BloombergNEF, ligada à agência de notícias Bloomberg.
Segundo o Brazil Transition Factbook 2025, a geração de energia solar e eólica deve decolar nos próximos no Brasil, que já tem a geração de eletricidade mais limpa no G20, grupo das 20 maiores economias do mundo.
“A história de descarbonização de cada país tem um enredo único, mas a do Brasil é particularmente
distinta”, afirmaram os autores do estudo.
O investimento e os gastos em energia de zero emissão de carbono do Brasil devem atingir 6,6% do PIB do país em 2050. Esse é o segundo maior índice mundial, só atrás do Vietnã.
Investimentos previstos em transição energética até 2050 (em US$ trilhões)

Brasil capta investimentos recordes em transição energética
No ano passado, o Brasil atraiu US$ 37 bilhões em investimentos em transição energética (acima dos US$ 35 bilhões em 2023).
Dentre outros destinos, esses recursos foram para a instalação de 19 gigawatts de energia solar no ano passado, um recorde.
Porém, segundo o estudo, o país ainda tem enormes potenciais não explorados em termos de transição energética.
Por exemplo, o Brasil detém pelo menos 10% das reservas globais de cinco minerais estratégicos com previsão de alta demanda.
País também é vanguarda na agricultura regenerativa
O país é também o segundo maior mercado para agricultura regenerativa corporativa.
Ainda, o Brasil é uma das principais fontes mundiais de metais de transição energética e suas reservas de biomassa podem ajudar a desenvolver a indústria de aço verde do país, uma vez que os desenvolvedores de hidrogênio limpo lutam com altos custos e baixa demanda, afirmou a BloombergNEF.
Segundo os autores do estudo, a migração para uma economia de baixo carbono está tão profundamente enraizada no país, que acelerar nessa direção é um caminho inevitável.
“Em breve, pode ser mais barato para o Brasil fazer a transição para uma economia líquida zero do que não fazê-lo, acrescenta o relatório.
O estudo surge antes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), encontro global anual, que terá esta edição realizada no Brasil, em novembro próximo.
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