Williams, do Fed: É importante manter expectativa de inflação de longo prazo bem ancorada

- Presidente do Fed de Nova York alerta para a importância de manter as expectativas de inflação de longo prazo ancoradas.
- Política tarifária de Trump gera incerteza e afeta expectativas de inflação de curto prazo.
- Expectativa de inflação a 12 meses subiu para 4,4%, e a de longo prazo atingiu o maior nível desde 1981 (6,7%).
- Postura monetária do Fed é considerada moderadamente restritiva, diante do cenário.
- Projeções apontam crescimento do PIB abaixo de 1%, aumento do desemprego (4,5% a 5%) e inflação entre 3,5% e 4%.
O presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Williams, destacou, em discurso divulgado nesta sexta-feira (11), a importância de manter as expectativas de inflação de longo prazo “bem ancoradas” para garantir a estabilidade de preços nos Estados Unidos.
Segundo ele, a política tarifária do presidente Donald Trump inspirou uma sensação generalizada de incerteza sobre a economia, que está se tornando cada vez maior.
“Além dos efeitos da incerteza e da política comercial sobre o sentimento (de consumidores e do setor privado), estamos vendo sinais crescentes afetando as expectativas de curto prazo da inflação”, disse Williams.
Hoje, a Universidade de Michigan reportou que a expectativa de inflação para 12 meses subiu de 4,1% para 4,4%. Mas as de longo prazo, de 5 anos, atingiram o maior patamar desde 1981, subindo de 5% para 6,7%.
Postura do Fed na política monetária é ‘moderadamente restritiva’
Diante do elevado grau de incerteza, a postura “moderadamente restritiva” da política monetária do Fed é “inteiramente apropriada”, dado o “sólido” mercado de trabalho e a inflação acima da meta de 2% nos Estados Unidos, segundo Williams, que prometeu seguir atento aos dados, à evolução das perspectivas e ao balanço de riscos.
“[A atual postura monetária] nos dá a oportunidade de avaliar os dados e desdobramentos futuros, e nos posiciona bem para responder a mudanças que afetem o cumprimento do nosso mandato”, avaliou o presidente da distrital de Nova York do BC americano.
Segundo Williams, é esperado um crescimento mais fraco do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, para um pouco menos de 1%, dado os impactos da desaceleração da força de trabalho por conta da redução da imigração e o efeito combinado das incertezas e tarifas.
O presidente do Fed de Nova York também projeta um aumento da taxa de desemprego, dos atuais 4,2% para algo em torno de 4,5% e 5%, no próximo ano. Já a inflação deve sofrer com o choque tarifário e terminar o ano entre 3,5% e 4%, projetou Williams.
*Com informações do Valor Econômico
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