Queda do preço do petróleo está só começando, indica Morgan Stanley
Queda do barril de petróleo hoje preocupa mercado e Morgan Stanley não enxerga melhoras; entenda o que pode acontecer com o preço até o fim de 2025
O preço do petróleo hoje está no menor nível em quatro anos e, mesmo assim, nem perto de chegar na cotação mínima de 2025. Por pressões do bloco de países do cartel OPEC+, guerra comercial e oferta maior que a demanda, o barril Brent deve ficar abaixo de US$ 60 por unidade até o final deste ano. Esta é a previsão do banco americano Morgan Stanley.
Segundo o banco, o que tira o equilíbrio entre demanda e oferta de petróleo hoje é o fato de que a OPEC+ aumentou sua produção para além do previsto pelos analistas da commodity. Ao mesmo tempo, a demanda mundial por combustível e derivados de petróleo tende a ser alcançada sem o esforço adicional do bloco, o que pode enfraquecer o mercado não apenas em 2025, mas no início de 2026.
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Banco prevê queda do preço do petróleo para US$ 57
O ajuste de produção da OPEC de 411 mil barris de petróleo por dia injetados a partir de junho preocupa o mercado financeiro. O preço do petróleo, já abalado pela guerra tarifária entre China e Estados Unidos, pode cair ainda mais pela alta no volume de oferta, vê o Morgan Stanley.
O cartel já havia aumentado o volume para produzir 411 mil barris por dia em abril. E repetiu a dose para o próximo mês, o que surpreendeu analistas.
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Além disso, a OPEC+ firmou acordo entre seus membros para produzir 130 mil barris por dia em julho, agosto e setembro.
Somada à previsão de desaceleração da economia mundial como consequência das tarifas de importação, a curva de preço do petróleo entra em tendência de baixa.
O Morgan Stanley tem previsão de que o barril do Brent deve chegar a US$ 57,5 até o final de 2025. A partir do primeiro semestre do ano que vem, deve cair para US$ 55.
“A queda de curva de preço do petróleo inaugura o mercado em contango“, dizem os analistas. O termo contango caracteriza um mercado onde a contação presente de uma commodity ou moeda, como o dólar, é maior do que a projeção futura.
“A intervenção da OPEC+ aponta hoje para uma trajetória de preços de petróleo que não prevíamos em nossos modelos anteriores”, ressalta o Morgan Stanley.
Economia mundial não ajuda a melhorar cenário
Revisões de PIB de diversas economias mundiais não ajudam a melhorar o cenário para o petróleo.
Na economia dos Estados Unidos, por exemplo, especialistas consultados pela Dow Jones anteveem um crescimento de 0,4% do PIB dos EUA em 2025, contra alta de 2,4% no ano passado.
No Brasil também há consenso nas previsões que indicam que o PIB deve perder força neste ano.
A incerteza de impactos das tarifas sobre China e EUA, que travam disputa comercial sobre importações, promove desaceleração da economia global. E vem provocando revisões na demanda por combustível e derivados.
“Revisões de PIB têm sido negativas e a maior parte dos analistas do mercado cortou a projeção de demanda diária de 1,2 milhões para 800 mil barris por dia”, diz o Morgan Stanley.
Assim, o próprio banco tem no horizonte deste ano uma demanda estimada em 700 milhões de barris por dia. Em 2026, o consumo diário deve cair para 600 milhões de unidades.
“A combinação de alta na oferta do petróleo com a queda de PIB traz impacto drástico para preços da commodity hoje”, continuou o banco.
