Itaú mostra onde exportações brasileiras podem crescer com tarifas recíprocas entre EUA e China
Exportações brasileiras podem crescer em até US$ 15,8 bilhões em 2026 com disputa comercial mais agressiva entre as maiores economias do mundo
Estudo do Itaú Unibanco, assinado pelo economista André Matcin, calcula quanto e mostra onde o Brasil pode se beneficiar da guerra comercial entre Estados Unidos e China. As simulações do banco para analisar os impactos das tarifas recíprocas utilizaram o modelo gravitacional da OEC (The Observatory of Economic Complexity), que estima a variação do comércio bilateral para diferentes seções de produtos.
Entre os principais resultados, destaca o relatório do economista do Itaú, as simulações indicam que tarifas de importação entre 50% e 60%, em ambas as direções, representam o limiar a partir do qual cessa praticamente todo o fluxo comercial entre os dois países. O que equivale, na prática, a um embargo
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Abaixo desse limiar, continua o texto, as exportações dos Estados Unidos são mais sensíveis às tarifas do que as da China.
“México, Canadá, países do Sudeste Asiático e Alemanha seriam os principais beneficiários em potencial do redirecionamento do comércio, posicionando-se como substitutos viáveis para os fluxos entre EUA e China”, aponta o estudo.
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“O Brasil figuraria entre os 12 maiores beneficiados. Sob uma tarifa recíproca de 60%+ entre EUA e China, as exportações brasileiras podem crescer em até US$ 15,8 bilhões em 2026 (em relação ao cenário sem tarifas). Cerca de 75% desse ganho viria de exportações adicionais para a China e 25% para os EUA”, acrescenta o relatório.
Exportações brasileiras com alívio na guerra comercial entre EUA e China
Na sequência, considerando o cenário atual e supondo permanência das novas tarifas adicionais de 30% para produtos chineses vendidos aos EUA e de 10% para produtos americanos vendidos à China, o estudo de Itaú aponta que os ganhos potencias para o Brasil são consideravelmente menores.
Na conclusão do relatório do economista André Matcin, tais condições podem aumentar as exportações brasileiras em cerca de US$ 4 bilhões em 2026.
“A maior parte desse ganho viria de aumento das exportações para os EUA. Na situação anterior, que equivalia a um embargo comercial, o Brasil teria ganho significativamente maior de exportações para a China”, destaca o texto.
“Ainda assim, o impacto líquido estimado para o Brasil é positivo: os ganhos com redirecionamento comercial superam as perdas potenciais com tarifas de 10% dos EUA sobre produtos brasileiros”, completa o documento.