Itaipu divulga lucro de US$ 680 mi, mas debate sobre destinação de recursos persiste
Destinação de recursos para ações socioambientais gera discussão sobre alternativas como redução da conta de luz
A usina hidrelétrica de Itaipu Binacional encerrou 2024 com saldo positivo de US$ 680,3 milhões na conta de exploração — indicador que mede a diferença entre as receitas e os custos ligados à geração de energia.
Os dados constam das demonstrações contábeis anuais aprovadas nesta quinta-feira (10) pelo conselho de administração da binacional.
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O resultado considera despesas como a operação e manutenção da usina, administração, pagamento de royalties pelo uso dos recursos hídricos e investimentos em ações socioambientais.
Resultado contábil positivo
A empresa também registrou um resultado contábil positivo de US$ 443 milhões no período. Segundo a estatal que pertence ao Brasil e ao Paraguai, os demonstrativos anuais seguem as práticas contábeis dos dois países e as diretrizes previstas no Tratado de Itaipu e em seus anexos.
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As demonstrações contábeis incluem o aporte de US$ 301 milhões na conta de comercialização de Itaipu — fundo administrado pela ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), holding responsável pela parte brasileira da usina.
Esse valor possibilitou a manutenção da tarifa de repasse de energia da hidrelétrica no patamar atual, de US$ 17,66 por quilowatt (kW).
Divergência sobre ações de responsabilidade socioambiental
Esse montante (US$ 301 milhões) representa o maior investimento da Itaipu na rubrica destinada a ações de responsabilidade socioambiental em 2024.
O dado, no entanto, diverge com o apresentado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), de US$ 350 milhões.
Os valores remanescentes viabilizaram, por exemplo, investimentos em ações do programa “Itaipu Mais que Energia”.
André Pepitone da Nóbrega, diretor financeiro da Itaipu, afirma que, devido à ampliação dos investimentos em programas socioambientais, a Itaipu optou pela abertura da divulgação dos seus gastos, detalhando os investimentos realizados no setor.
“Essa iniciativa visa proporcionar maior transparência ao usuário da informação, reforçando o compromisso da empresa com elevados padrões de governança corporativa”, disse Pepitone.
Os gastos, contudo, têm sido alvo de críticas de especialistas, que apontam que os recursos deveriam ser usados para abater a conta de luz de 130 milhões de brasileiros do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Após a aprovação pelo conselho de administração, as demonstrações contábeis serão submetidas à ENBPar, e à estatal paraguaia da Administração Nacional de Eletricidade (Ande).
*Com informações do Valor Econômico
