Haddad: Comunicado do BC poderia ter sido mais generoso com medidas que já tomamos
O ministro da Fazenda adotou tom mais cauteloso que o usado por Lula ao criticar o Banco Central

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (6) que o comunicado do Banco Central, após a reunião do Copom, na última semana “poderia ter sido mais generoso com as medidas que já tomamos”. O ministro respondeu aos jornalistas a respeito das duras críticas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem feito ao BC e ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.
“Nosso compromisso é com o equilíbrio das contas. Nesse particular, a nota poderia ser mais generosa com as medidas que nós já tomamos”, respondeu, se referindo ao comunicado do BC da última semana.
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Haddad disse ter sido “o primeiro a dizer, antes de tomar posse, que estamos herdando do governo anterior uma situação fiscal delicada”.
“O que o BC disse, creio, faz mais referência ao legado do governo anterior do que às medidas que estamos tomando”, alegou o ministro da Fazenda.
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Ele pontuou que o presidente Lula tomou medidas “revogando irresponsabilidades do governo anterior”, com foco naquelas do fim do governo. “Existe uma situação fiscal que inspira cuidado, mas é herança que temos de administrar. Não vamos em 30 dias de governo resolver passivo de R$ 300 bilhões herdados do governo anterior”.
Segundo o ministro, a política fiscal “ajuda” a política monetária, bem como a monetária “ajuda” a fiscal. “É como se fosse um organismo de dois braços, que têm de trabalhar juntos em proveito do mesmo objetivo”, afirmou.
O ministro da Fazenda disse que já conversou “várias vezes” com Roberto Campos Neto a respeito das duas indicações à diretoria do órgão. “Conversei [com Campos Neto] sobre nomes técnicos, como sempre foi nossa prática. Estamos recebendo, inclusive do presidente do BC, nomes que serão avaliados pelo presidente da República”, minimizou o ministro.
Antes da fala de Haddad, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a decisão será de Lula.