Governo brasileiro monitora mudanças em fluxos de comércio internacional para antecipar riscos

- O governo brasileiro monitora alterações nos fluxos comerciais internacionais, buscando antecipar riscos e oportunidades para a economia nacional.
- As tarifas impostas por Trump geram preocupações com desvio de comércio para o Brasil, apesar de potenciais oportunidades para exportadores.
- A secretária de Comércio Exterior destaca os riscos para a economia mundial, apesar do crescimento de exportações brasileiras para a China em momentos anteriores.
- O cenário externo é considerado desafiador, com mudanças constantes que exigem monitoramento contínuo.
- O foco é negociar tarifas que impactam produtos brasileiros, como aço, alumínio e bens automotivos.
O governo brasileiro monitora possíveis mudanças nos fluxos de comércio internacional, tanto para o país quanto no exterior, causadas pelas tarifas de importação implantadas pelo presidente americano Donald Trump.
O objetivo é antecipar “riscos” à economia brasileira e “oportunidades” para os exportadores nacionais. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (10) pela secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Tatiana Prazeres.
Ainda assim, as tarifas impostas por Trump são prejudiciais para a economia global, de acordo com ela.
“Há preocupações com o risco de desvio de comércio para o Brasil”, disse em evento promovido pelo Conselho Empresarial Brasil-China.
“Estamos monitorando mudanças significativas e atípicas nos fluxos de comércio. Estamos fazendo isso [para avaliar] se essas mudanças de tarifas mundo afora podem gerar oportunidades.”
Mdic acredita que tarifas são ‘riscos para a economia mundial’
Na avaliação da secretária, mesmo que o Brasil encontre oportunidades específicas decorrentes das mudanças, as tarifas impostas representam “riscos para a economia mundial”.
“Na primeira versão da guerra comercial [durante o primeiro mandato de Trump], nós vimos um crescimento de exportações do Brasil para a China”, disse.
“Mas não é o cenário que desejamos, porque os riscos para a economia mundial, o comércio global e a governança do comércio internacional são muito significativos.”
Ela descreveu o cenário externo como “desafiador”, afirmando que as mudanças acontecem “não é todo dia”, mas sim “a todo momento”.
“Às vezes é difícil estarmos a par da última evolução”, disse.
A respeito das tarifas que impactam diretamente os produtos brasileiros, Tatiana reforçou que a ordem do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, é “negociar, negociar e negociar”.
Entre essas tarifas, estão os 25% cobrados sobre aço, alumínio e bens do setor automotivo, além da cobrança “recíproca” de 10% sobre os demais bens.
*Com informações do Valor Econômico
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