FMI libera parcela de US$ 12 bi para Argentina; mercado de câmbio se mantém estável

flexibilização do câmbio foi uma das condições exigidas pelo Fundo para a concessão do novo crédito
🤖 Leia o resumo feito pelo Flash, nossa ferramenta de Inteligência Artificial
  • O FMI desembolsou US$ 12,151 bilhões para a Argentina, reforçando as reservas do Banco Central.
  • O dólar oficial manteve-se estável em 1.230 pesos, assim como o dólar paralelo (blue).
  • O “dólar MEP” caiu 1,2% e o “dólar CCL” caiu 1,1%.
  • A flexibilização cambial, exigida pelo FMI, permitiu a compra livre de dólares por argentinos.
  • A medida causou desvalorização do peso e aumento na inflação esperada para abril e maio.
LER RESUMO

O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez nesta terça-feira seu primeiro desembolso, de US$ 12,151 bilhões, destinados a reforçar as reservas em moeda forte do Banco Central da Argentina.

O depósito ocorre no segundo dia útil de flexibilização do câmbio, cuja cotação permaneceu estável em relação à jornada anterior.

O dólar oficial se manteve nos mesmos 1.230 pesos por unidade da segunda-feira. A cotação da moeda americana no mercado paralelo (blue) também se manteve a mesma na terça-feira, de 1.285 pesos por dólar.

As variações mais significativas foram as do “dólar MEP” (1.237,90 por US$ 1, 1,2% a menos do que na véspera) e a do “dólar CCL” (1.242 pesos, 1,1% mais baixa). A diferença entre a cotação oficial e a do paralelo se manteve em 6,55%.

Fundo exigiu flexibilização cambial

A parcela depositada pelo FMI é parte do acordo de US$ 20 bilhões anunciado pelo governo argentino na sexta-feira. Com isso, as reservas do BC chegaram na terça-feira a US$ 36,8 bilhões.

A flexibilização do câmbio foi uma das condições exigidas pelo Fundo para a concessão do novo crédito.

As autoridades econômicas do país implementaram então um regime de flutuação de banda cambial, pela qual a cotação do dólar varia agora livremente na faixa de 1.000 a 1.400 pesos.

Na prática, a medida resulta no fim das rígidas restrições cambiais (o “cepo”) que vigoravam no país desde 2019.

Os argentinos agora podem comprar qualquer quantia em dólares que quiserem por meio de sites bancários usando fundos depositados em suas contas e sem pagar impostos. O governo busca, assim, incentivar transações no mercado formal e eliminar pela força do mercado o comércio paralelo de moeda estrangeira.

Medida também provocou desvalorização do peso

Mas a medida também implica em desvalorização cambial. Na segunda-feira, a aumento do dólar no câmbio oficial foi de 11,32% — alimentando pressões inflacionárias.

Fontes argentinas indicaram que, no fim de semana entre o anúncio das medidas e sua entrada em vigor, tabelas de preços de produtos ao consumidor foram reajustadas em até 25%.

O governo do presidente Javier Milei admitiu na terça-feira que os índices de inflação de abril e maio devem ser fortemente impactados pelo ajuste cambial.

A inflação de 3,7% em março surpreendeu e, para os próximos meses, esperam-se números entre 5% e 7%.

*Com informações do Valor Econômico

Leia a seguir

Pular para a barra de ferramentas