Cade mantém investigação sobre patente de 5G da Ericsson apesar de acordo entre empresas

No caso, Motorola e Lenovo apontaram ao Cade que a Ericsson teria abusado da sua posição dominante ao supostamente criar dificuldades para a obtenção das licenças necessárias para o acesso à tecnologia 5G

Foto: Valor Econômico
Foto: Valor Econômico

O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou que a área técnica dê sequência a uma investigação sobre patente de 5G envolvendo a Ericsson que tramita no Conselho. A determinação ocorreu apesar de um acordo ter sido realizado entre as empresas sobre a patente. A decisão foi unânime.

No caso, Motorola e Lenovo apontaram ao Cade que a Ericsson teria abusado da sua posição dominante ao supostamente criar dificuldades para a obtenção das licenças necessárias para o acesso à tecnologia 5G, o que poderia prejudicar a competitividade no mercado de telecomunicações, especialmente no mercado de comunicação por aparelho celular. As empresas fecharam um acordo, que poderia encerrar o caso no Cade.

Pensando em como gastar menos para investir mais? Inscreva-se agora e tenha acesso gratuito à 'Planilha de Controle Financeiro'. É só baixar e começar!

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Qual é o argumento do relator do caso?

O relator, conselheiro Gustavo Augusto, havia solicitado mais informações em sessão anterior e destacado que a investigação do Conselho não se encerraria automaticamente com o acordo entre as partes envolvidas, por ser uma questão de ordem pública.

Na sessão de hoje, o relator afirmou que a telefonia celular é só um dos mercados relacionados ao padrão 5G que é cada vez mais usado na internet das coisas, como carros autônomos e dispositivos inteligentes de diversos tipos.

Últimas em Economia

O problema surge quando essa tecnologia, adotada como padrão em uma indústria, é patenteada por uma empresa específica, segundo o conselheiro.

“Um fabricante de aparelho celular ou qualquer equipamento e precisa se conectar ao 5G não consegue fazer isso sem usar patentes que pertencem à Ericsson”, afirmou. As empresas confirmaram ao Cade que o pacote de patentes é essencial, segundo o relator.

Sobre preços, para cada concorrente é adotada uma metodologia diferente, segundo o relator. O preço fixo por aparelho inibe tecnologias muito baratas, de acordo com o conselheiro. “Obviamente ao criar modalidades diferentes entre concorrentes você distorce a concorrência”, afirmou, apontando para a necessidade de critérios objetivos.

Cade fala em discriminação de preços da Ericsson

Ainda segundo o conselheiro, no processo, parece que a Ericsson adota a discriminação de preços de primeiro grau – quando o vendedor cobra de cada consumidor o preço máximo que ele está disposto a pagar, sendo que cada cliente paga um preço personalizado.

A recusa em licenciar a patente em mercado brasileiro pode caracterizar a conduta de recusar a venda de bens e serviços, segundo o conselheiro, que viu indícios de conduta potencialmente prejudicial à concorrência.

Diante de indícios de infração à ordem econômica o relator propôs o envio do caso à Superintendência Geral para apuração de possível infração à ordem econômica, solicitando que a área técnica verifique se houve recusa de prestação de serviços, discriminação de adquirente de bens e serviços pela fixação diferenciada de preços e criação de dificuldade ao funcionamento de adquirentes de bens ou serviços, entre outros.

*Com informações do Valor Econômico

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS