Juro a 15% deve ser suficiente para colocar inflação a 3% em 2026, diz economista-chefe do PicPay

Economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, também diz que arcabouço fiscal evitará dominância fiscal, mas é preciso tomar medidas

O aumento dos preços na economia brasileira acontece mesmo com a manutenção de uma política de alta dos juros. Isso porque ainda há descrédito do mercado quanto às políticas fiscal e de crédito do governo. Contudo, a expectativa é que os 15% de Selic já sejam suficientes para colocar a inflação no centro da meta no horizonte relevante (18 meses).

A percepção é de Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay. A avaliação é que a Selic a 15% deve ser suficiente para conduzir a inflação ao centro da meta no horizonte relevante. Ou seja, 3% de inflação em 18 meses.

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    Porém, ela destaca que esse cenário só será viável se não houver mais medidas expansionistas por parte do governo. Por enquanto, as políticas fiscal e de crédito, “seguem em direção oposta à política de juros, mitigando seus efeitos”.

    Dominância fiscal: juros já não são suficientes para baixar os preços?

    O Brasil pode estar se aproximando de um cenário em que os juros são incapazes de domar a inflação. Esse estágio, chamado de dominância fiscal, estaria ligado à política de gastos do governo. Essa percepção ganhou força entre analistas desde o ano passado e ajudou a reduzir a confiança do investidor no País.

    Contudo, para a economista-chefe do PicPay, não é bem assim. Ela crê no arcabouço fiscal como ferramenta eficiente no controle de gastos para devolver a confiança ao investidor e evitar a dominância fiscal.

    “Apesar dos desafios fiscais, as projeções indicam que o crescimento da dívida pública nos próximos anos, considerando os efeitos do arcabouço fiscal, não deverá gerar choques que comprometam o impacto dos juros sobre a economia real”, diz Benedito.  

    Nesse sentido, vale lembrar que o arcabouço fiscal criado pelo governo Lula limita o crescimento da despesa a 70% do aumento real das receitas.

    Juros reais

    Para a economista, tanto a manutenção de taxas de juros contracionistas nas economias desenvolvidas, mesmo após os cortes recentes, quanto a deterioração do cenário doméstico podem ajudar explicar o fato de o juro real do Brasil ser tão alto.

    Além disso, há uma desconfiança com relação à estabilidade econômica do País. Nesse sentido, para que os rumos da política monetária no Brasil possam mudar, ela destaca a necessidade de que “a aversão ao risco gerada por políticas protecionistas nos Estados Unidos diminua e a inflação demonstre menor sensibilidade à trajetória cambial”.

    Nesse sentido, no final de janeiro, o juro real no País era de 9,18%. Assim, ficou acima de emergentes como Rússia (8,91%), Argentina (6,14%), México (5,52%), entre outros. Então, um relatório da MoneYou colocou o Brasil como o detentor do juro real mais alto entre as economias de 40 países mais importantes. Em dezembro, matéria da Inteligência Financeira mostrou a disparada ao maior patamar desde 2008.

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