André Esteves defende ajuste fiscal para queda da Selic

Banqueiro do BTG argumenta que o aperto fiscal é crucial para reduzir os juros altos no Brasil, impactando positivamente o mercado financeiro e os bancos

André Esteves, presidente do conselho de administração e sócio sênior do BTG Pactual (BPAC11). Foto: Mike Blake/Reuters
André Esteves, presidente do conselho de administração e sócio sênior do BTG Pactual (BPAC11). Foto: Mike Blake/Reuters

O banqueiro André Esteves, presidente do conselho de administração do BTG Pactual, defendeu a queda da taxa de juros no Brasil, que gera um ambiente negativo também para as instituições financeiras, e destacou a necessidade de apoio da política fiscal.

“O juro está muito alto e o Banco Central está fazendo o trabalho dele, mas um pouco de política econômica poderia ajudar a vida [da autoridade monetária]”, comentou o executivo durante painel na Brazil Conference, evento organizado por estudantes brasileiros nos Estados Unidos, na Universidade de Harvard e no MIT.

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“O juro alto para o banco é um falso dilema. Existe a falsa impressão de que os bancos ganham, mas não é verdade, porque aumenta a inadimplência, não tem mais IPO, não tem fusão e aquisição e há retração de investimento externo real”, afirmou.

Falta coordenação entre políticas fiscal e monetária

Em sua avaliação, política fiscal e monetária “não estão bem coordenadas”. “Está na hora de apertar o fiscal e o juro iria cair. Mas o Banco Central trabalha com variáveis persistentes e a meta de levar a inflação ao que é esperado”, afirmou.

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Conforme Esteves, “está fácil” consertar o país e as fórmulas são conhecidas. Nos últimos anos, lembrou, o país fez importantes reformas estruturais, com reflexo no crescimento econômico.

“Se seguir o bom senso, vai daqui para melhor. Não estou com essa preocupação [do nível da inflação]”, disse, acrescentando que os próximos 30 anos para o Brasil serão menos hostis do que as últimas três décadas.

Questionado sobre a guerra tarifária, Esteves não acredita que o Brasil, dada sua característica de exportador essencialmente de commodities, deva ser muito atingido, uma vez que tarifas são instrumentos usados sobretudo para produtos industrializados.

“Estou achando um horror o que está acontecendo nos Estados Unidos, do ponto de vista econômico, geopolítico e moral”, afirmou. “O Brasil tem boas relações multilaterais e deveria manter assim.”

*A repórter viajou a convite da Brazil Conference

*Com informações do Valor Econômico

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