Santander baixa para R$ 5,80 projeção do dólar no fim de 2025
Mas banco vê moeda americana de volta a R$ 6,00 ao longo de 2026
Embora o fluxo cambial tenha apresentado um desempenho fraco até o momento neste ano, o elevado nível da taxa de juros real brasileira tem sustentado o bom desempenho do real. Na avaliação do Santander, alguma desvalorização do câmbio doméstico deve ser observada até o fim do ano diante de uma esperada desaceleração da atividade econômica, mas para um nível menos intenso que o esperado anteriormente. Em revisão de cenário, o banco reduziu sua projeção para o dólar de R$ 5,90 para R$ 5,80 no fim deste ano, mas manteve a expectativa de R$ 6,00 no fim de 2026.
“Desde o anúncio do Liberation Day, em abril, o dólar se enfraqueceu, com o DXY chegando a acumular queda de quase 5%. As tensões comerciais reacenderam receios quanto à fragmentação do comércio global, com narrativas do dólar perdendo seu valor como ativo de reserva. No entanto, os avanços recentes nas negociações — notadamente com a China e o Reino Unido — reduziram os temores de um impacto mais severo”, nota a equipe de economistas liderada pela ex-secretária do Tesouro Nacional Ana Paula Vescovi.
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Real valorizado contra o dólar em 2025
Nesse sentido, o Santander observa que o dólar retornou a níveis próximos aos observados antes de abril, em torno de R$ 5,65. Para os economistas do banco, o câmbio doméstico tem apresentado um bom desempenho no acumulado deste ano, com valorização de cerca de 9% e, em suas estimativas, “aproximadamente 60% dessa valorização é atribuída a fatores domésticos, com destaque para o diferencial de juros (carry-to-vol) atrativo”. Apesar disso, os economistas notam que o desempenho do câmbio contratado é bastante fraco no ano, diante de decepções com o fluxo comercial em meio à queda nos preços das commodities.
“Embora existam preocupações com as tarifas sobre o Brasil, avaliamos que o impacto tende a ser limitado. A estrutura relativamente fechada da economia brasileira confere resiliência a choques externos e, mesmo com a expectativa de um fim antecipado do ciclo de aperto monetário pelo BC, os juros seguem em patamares elevados”, dizem os economistas do Santander. Nesse sentido, eles projetam uma depreciação gradual do real até o fim deste ano, diante das expectativas em torno de uma desaceleração econômica na segunda metade do ano e do aumento das incertezas fiscais.
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Com informações do Valor Econômico