Citi corta risco em Brasil e diz que mercado pode ter se enganado esperando Lula ‘fiscalmente ortodoxo’
"A hipótese do mercado sobre o presidente eleito Lula pode estar incorreta", afirma Dirk Willer, chefe de estratégia de mercados emergentes da instituição
Após as recentes sinalizações emitidas pelo governo eleito do Brasil, o Citi encerrou as posições que apostavam na queda das taxas dos juros futuros e as posições relativas no real, rebaixando a recomendação do país para “neutra” dentro de seu portfólio de títulos de mercados emergentes. “A hipótese do mercado sobre o presidente eleito Lula pode estar incorreta”, afirma Dirk Willer, chefe de estratégia de mercados emergentes da instituição.
“O mercado parecia ter se convencido de que o presidente Lula seria fiscalmente ortodoxo. O fluxo de notícias mais recente agora coloca essa hipótese em questão. Embora acreditemos que os formuladores de políticas no Brasil possam suavizar sua posição eventualmente, se obtivermos uma reação suficientemente severa do mercado, não temos certeza de onde estão os pontos de virada”, diz o estrategista da instituição.
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Ele também nota que os ativos do Brasil, até a semana passada, vinham sendo considerados como bastante atraentes, tanto pela ótica das taxas, dado que o banco central sinalizou o fim do ciclo de aperto monetário, tanto pelo câmbio, devido às altas taxas reais e carrego atrativo.
“Assim, o posicionamento provavelmente está carregado, o que pode levar a um tempo de reação negativa mais longo do que apenas um dia. O fato de a notícia ter chegado em um momento em que o resto do universo emergente está recebendo forte apoio do CPI dos EUA abaixo do esperado não ajuda, já que qualquer estratégia cruzada no real é prejudicada nas duas pontas. Portanto, preferimos nos manter fora e reduzimos nosso risco em Brasil”, afirma Willer.
O Citi encerrou as apostas vendidas no dólar australiano contra o real brasileiro e também fechou as posições aplicadas (que apostam na queda) no vértice para janeiro de 2025. “Voltamos a colocar as posições do Brasil em posição neutra em nossa carteira de títulos de mercados emergentes”, conclui o estrategista.