Calendário econômico: IBC-Br calibra expectativas para crescimento do PIB no 1º trimestre

O calendário econômico de 19 a 23 de maio de 2025 tem o IBC-Br de março como principal divulgação. O índice de atividade econômica do Banco Central funciona como uma prévia do PIB. Portanto, com os dados de março, o mercado calibra as expectativas para o crescimento da economia brasileira no 1º trimestre do ano.

Na visão do Bradesco, em relatório, o IBC-Br de março deverá subir 0,7%. O banco destaca que as pesquisas do IBGE referentes ao mês mostraram uma desaceleração tanto no setor de serviços quanto nas vendas no varejo. No entanto, as aberturas dos dados indicaram que a demanda das famílias seguiu forte no começo de 2025.

“Assim, o índice de atividade do Banco Central deverá revelar uma atividade com relevante crescimento no primeiro trimestre. Recentemente, o BC passou a divulgar o IBC-Br excluindo agropecuária. Como a grande safra de grãos tem colheita concentrada no começo do ano, será importante entender como está a dinâmica dos outros setores para além desse choque positivo de oferta”, comenta o Bradesco.

O que esperar do PIB no 1º trimestre?

Também em relatório, o Itaú Unibanco menciona que o tracking do 1T25 aponta para um crescimento do PIB de 1,8% na margem (3,3% na comparação anual), superando a estimativa do banco, de expansão de 1,6% na margem (3,1% frente ao mesmo período do ano anterior).

“Os dados de março indicaram que a economia encerrou o trimestre em ritmo robusto, impulsionado pelo setor agropecuário e pela renda sustentada. Com isso, a demanda por itens sensíveis à renda segue mais dinâmica do que a daqueles que dependem mais do crédito”, observa o Itaú.

Na mesma linha, sobre o desempenho da atividade econômico, o banco Inter cita que o mês de março apresentou a indústria crescendo muito acima do esperado. Enquanto os segmentos de varejo e serviços apresentaram expansão em linha com as estimativas.

“Devemos ter um PIB no primeiro trimestre ainda robusto, com a expansão sendo favorecida pela performance do setor agrícola, e mantemos atenção para uma provável desaceleração na atividade econômica para o segundo semestre de 2025, conforme os efeitos do aperto monetário exercem mais peso sobre a economia”, projeta o Inter.

Contenção de despesas

Com a agenda de indicadores econômicos esvaziada, as atenções na semana estarão na apresentação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas do governo federal. Nesse sentido, o mercado financeiro aguarda o anúncio da equipe econômica de bloqueio de gastos e contingenciamento para garantir o cumprimento da meta fiscal.

“Avaliamos ser importante que o governo anuncie medidas de contenção de despesas. Um anúncio de uma contenção robusta, da ordem de R$ 40 bilhões, na próxima revisão bimestral, em 22 de maio, sinalizaria uma maior prudência na execução orçamentária, diante de riscos de frustração das receitas extraordinárias e de nova subestimação de despesas obrigatórias (como foi em 2024 com principalmente Previdência e BPC, que seguem mostrando pouca evidência de sucesso das iniciativas antifraude)”, diz o Itaú Unibanco.

“No entanto, os sinais são na direção de um ajuste menor e mais gradual, sem resolver completamente a execução de despesas fora do orçamento, contribuindo na manutenção do risco fiscal elevado”, completa o banco em relatório.

Calendário econômico – 19 a 23 de maio

Segunda (19)

08h25: Boletim Focus (Banco Central)
09h00: IBC-Br/Índice de atividade econômica de março (Banco Central)

Terça (20)

Sem indicadores relevantes

Quarta (21)

Sem indicadores relevantes

Quinta (22)

Sem horário: Relatório Bimestral de Receitas e Despesas (Ministério do Planejamento e Orçamento)
Sem horário: Reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)

Sexta (23)

Sem indicadores relevantes